sábado, abril 16, 2011

Em Angola não existe corrupção e pobreza!

Finalmente o dono de Angola, no poder há 32 anos sem nunca ter sido eleito, explicou a razão pela qual o país, independente desde 1975 e já com nove anos de paz efectiva, tem 70% de pobres.

Segundo José Eduardo dos Santos, quando ele nasceu já havia muita pobreza na periferia das cidades, nos musseques, e no campo, nas áreas rurais. Citou, aliás, os poetas Agostinho Neto e António Jacinto que, nos seus versos, denunciavam a miséria extrema, e a exploração do contratado, cujo pagamento era fuba e peixe seco e porrada quando se refilava.

O Presidente do MPLA, da República e chefe do Governo (entre outras coisas) falava ontem em Luanda, na cerimónia de abertura da primeira sessão extraordinária do Comité Central do MPLA, que decorre no complexo turístico “Futungo II”, com a participação de 225 dos seus 311 membros.

Eduardo dos Santos denunciou também, pudera!, os oportunistas que pretendem promover a confusão no país para provocar a subversão da ordem democrática estabelecida na Constituição da República, e derrubar governos eleitos, a favor de interesses estrangeiros.

“Hoje há uma certa confusão em África e alguns querem trazer essa confusão para Angola”, declarou o dono do país, adiantando que “devemos estar atentos e desmascarar os oportunistas, os intriguistas e os demagogos que querem enganar aqueles que não têm o conhecimento da verdade".

Como diria o seu amigo primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, ainda está para nascer um presidente do MPLA, de Angola e chefe do Governo, que tenha feito melhor do que José Eduardo dos Santos.

José Eduardo dos Santos adiantou que nas chamadas redes sociais, que são organizadas via Internet e nalguns outros meios de comunicação social, fala-se de revolução, mas não se fala de alternância democrática.

Como dono da verdade, José Eduardo dos Santos esquece-se que para haver alternância democrática é preciso que antes existe democracia.

Diz ele, do alto da sua sábia cátedra, que pôr os vivos (e até os mortos) a votar – mesmo que de barriga vazia – é democracia.

“Para essa gente, revolução quer dizer juntar pessoas e fazer manifestações, mesmo as não autorizadas, para insultar, denegrir, provocar distúrbios e confusão, com o propósito de obrigar a polícia a agir e poderem dizer que não há liberdade de expressão e não há respeito pelos direitos” referiu o único presidente dos países lusófonos que nunca foi eleito.

José Eduardo dos Santos considera que os seus opositores têm medo das próximas eleições de 2012, pois sabem que a maioria dos eleitores não vai votar a favor deles.

Nisso tem razão. Um povo com fome vota certamente em quem lhe der um saco de fuba. Além disso, como nas anteriores eleições, nada de anormal irá acontecer se em alguns círculos votarem no MPLA mais de 100% dos eleitores inscritos...

José Eduardo dos Santos diz que os opositores querem apenas colocar fantoches no poder, que obedeçam à vontade de potências estrangeiras que querem voltar a pilhar as riquezas e fazer o povo voltar à miséria de que se está a libertar com sacrifício.

Tem razão. Embora o MPLA pilhe as riquezas e o povo desde 1975, sempre tem a seu favor o facto de impor que os estrangeiros só pilhem se for em parceria com o clã Eduardo dos Santos.

O dono de Angola lamentou o facto de ninguém se lembrar de dizer que a pobreza não é recente e que é uma pesada herança do colonialismo e uma das causas que levou o MPLA a conduzir a luta pela liberdade, para criar o ambiente político necessário para resolver esse grave problema.

Pois é. Embora tenha comprado o país em 1975, o MPLA continua a responsabilizar o colonialismo e até, talvez, não fosse despiciendo falar também da responsabilidade de D. Afonso Henriques.

Utilizando uma calculadora certamente “made in Coreia do Norte”, Eduardo dos Santos diz que os índices de pobreza, que estavam em cerca de 70 por cento, baixaram em 2010 para cerca de 37 por cento.

Mais uma vez o dono do país, modesto como é, peca por defeito. É que se fizer o cálculo ao seu clã e aos vassalos que o rodeiam, o índice de pobre é 0 (zero).

Segundo Eduardo dos Santos, no quadro do Programa de Luta contra a Pobreza, se continuar com esse ritmo de redução, a pobreza deixará de existir dentro de alguns anos.

Tem, mais uma vez, razão. Aliás, se o regime angolano excluir dos cálculos da pobreza todos os que são... pobres, pode já anunciar o fim da pobreza.

José Eduardo dos Santos afirmou também que apesar de não existir país nenhum no mundo sem corrupção, o Governo está a fazer esforços para combater este mal.

Aí está a prova de que o MPLA deve mudar o regime legal. É que se a lei não considerar a corrupção como um crime, o país deixa de ser o local do mundo com mais corruptos por metro quadrado.

5 comentários:

Anónimo disse...

Vivi desde nove anos de idade em Angola,no interior e cidades,nunca vi fuba podre,nem peixe podre;havia fartura de comida por todo o lado por onde passei;é como a estória do "ngangula".Quem como eu viveu desde 53 até 1999, em Angola,sabe perfeitamente,que paz e fartura para todos,como foi,esse tempo, nunca mais volta.Força Orlando,um abraço.Martinho.

Anónimo disse...

O Eduardo dos Santos,
um dos mais famosos carteiristas
que consegue abafar muitos milhões,
denunciou os oportunistas
que pretendem promover confusões,
tentando favorecer interesses estrangeiros,
para subverterem a ordem democrática
pelo MPLA estabelecida.
Essa chaga, que já não é uma simples ferida,
considera estrangeiros
os angolanos a quem furta muitos dinheiros,
os que se alimentam das conspurcadas migalhas
sacudidas das suas douradas toalhas.
A defesa dos valores democráticos pelo Zé Du
cheira-me a vómito ou arroto pelo cu.
A Assembleia Nacional,
pela coerência com que o Zé Du defende a democracia,
deveria ser transformada em catedral
da Cleptomania
e o Zé Du, para a coisa ser ainda mais sublime,
deveria ser condecorado com cem ordens de Estaline.
Deixem-se de andar a esgrimir
em guerrilhas e querelas
porque ninguém conseguirá competir
contra o neocolonialismo do Futungo de Belas.

Consulino Desolado

Anónimo disse...

Orlando, gosto das tuas intervencoes verdadeiramente realistas e bem humoradas. Forca! No dia em que Angola voltar a sorrir, nao nos esqueceremos dos seus seus filhos que direita ou indireitamente contribuiram na salvacao do povo mentido, roubado e empobrecido de Angola.
Continue assim e que Deus te cuide... mesmo "com barriga vazia".

silva disse...

Este individuo nao e a solucao pra Angola e um incopetente as suas palavras dizem tudo.

DONEVARIS (S.E.F) disse...

É incrivel não entendo como é que um individuo vai contrariar a verdade e abraçar a mentira dizendo que o orlando está indiabrado.
Em Angola não se faz politica, os proprios que dizem ser politicos não sabem qual é a origem da palavra politica e qual é o seu significado, porque se soubessem não fariam e diriam o que têm feito e dito para o meu querido povo que cada dia que passa está sofrendo. para comprovar isso, é só andar nos bairros periféricos da cidade capital na época chuvosa, para certificar que muita gente ainda conduz o carro olhando simplesmente nos retrovisores pois, não conseguem enxergar os obstáculos que estão enfrente.
«fazer politica é pensar o que deve ser feito hojé ou amanhã para que o povo dessa "polis em grego"( em português cidade) não tenha problemas em todas vertentes no presente e no futuro». essa ideologia é que alguns lideres Africanos como o nosso tio zé e o seu clã tinham que seguir antes de pensarem em fazer politica e não manipularem as pessoas com falsas promessas, é porisso que as grandes potências mundiais consideram-nos de ignorantes.por que os nossos governantes(MPLA)e muitos populares considerados alnafabetos mesmo passaando nas universidade e não sei se são mesmo universitários porque só eles é quem sabem ACHAM QUE A POLITICA É A ARTE DA MENTIRA. porque alguns deles alegam que se o MPLA SAIR DO PODER QUEM PODERÁ GOVERNAR MAIS? todos partidos são gatunos!
esse era o meu contributo só desejo felicidades ORLANDO nas suas matérias. O INCOFORMADO "DONEVARIS"