A taxa de desemprego continua a subir em Portugal. Quem diria? Segundo dados hoje publicados pelo Eurostat, que se esqueceu de ouvir José Sócrates, o desemprego atingiu os 10,9 por cento em Maio, enquanto na UE e na Zona Euro se manteve nos 9,6 e 10 por cento, respectivamente.
Os dados do gabinete oficial de estatísticas da União Europeia apontam para uma contínua subida da taxa de desemprego em Portugal (quem diria?) nos últimos meses, já que era de 10,4 por cento em Fevereiro, 10,6 em Março e 10,8 em Abril, atingindo em Maio um novo máximo de 10,9 por cento.
Comparativamente a Maio de 2009, a taxa de desemprego subiu um ponto e meio em Portugal (dos 9,4 para os 10,9 por cento), enquanto na UE a 27 subiu 0,7 pontos (de 8,9 para 9,6) e na Zona Euro 0,6 (de 9,4 para 10 por cento).
As taxas de desemprego mais elevadas registaram-se na Letónia (20 por cento, dados referentes ao primeiro trimestre) e Espanha (19,9 por cento em Maio, contra 19,7 por cento em Abril).
Por alguma razão o Presidente da República portuguesa, país onde existem mais de 700 mil desempregados, 20% de pessoas na miséria e outros 20% com ela à porta, diz que está (mas estará mesmo?) preocupado com a “grave” situação económica.
A situação é grave? A essa conclusão chegaram há muito os portugueses a quem o governo (entre outros) está a obrigar a viver sem comer. Mas como este não é exactamente um problema nem de Cavaco Silva nem de José Sócrates...
Cavaco Silva achou também por bem apelar aos portugueses para que façam férias “cá dentro”, para ajudar a inverter e ultrapassar a difícil situação em que o país se encontra.
Ainda bem que fez esse apelo. É que, se o não tivesse feito, certamente os desempregados, os miseráveis e os pobres estariam todos a pensar fazer férias nas Caraíbas.
Não sei porquê, cheira-me que mais uma vez o Presidente da República, na mesma linha do Governo e dos gestores públicos, está a gozar com a chipla cada vez mais cadavérica dos portugueses.
“Se não estivesse preocupado com a situação geral do país, não teria feito um apelo forte e veemente para que os portugueses passem férias no seu próprio país”, sublinhou o Presidente, esquecendo que quem não tem o que comer... fica em casa.
“Cada um de nós deve pensar no contributo que pode dar para inverter esta situação, e iniciar um movimento sustentável de recuperação económica e parar o agravamento do desemprego”, disse Cavaco Silva.
Creio que o contributo dos portugueses de segunda (todos os que não são do PS) já foi dado, embora não tenha sido escutado por Cavaco Silva. Todos os dias eles dizem que este Governo não é uma solução para o problema mas, antes, um problema para a solução.
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