quarta-feira, julho 21, 2010

"Sim" à Guiné-Equatorial na CPLP e também
à adesão do Burkina Faso à União Europeia

O presidente da Guiné-Equatorial, Teodoro Obiang (no poder há 31 anos), promulgou um decreto que reconhece a língua portuguesa como o terceiro idioma oficial do país.

Desta forma o ditador africano (na foto com Cavaco Silva) dá mais um passo para a entrada de pleno, total e inequívoco direito na dita coisa que dá pelo nome, apenas isso, de Comunidade de Países de Língua Portuguesa.

"As línguas oficiais da República da Guiné-Equatorial são o espanhol, o francês e o português. As línguas aborígines são reconhecidas como integrantes da cultura nacional", diz o decreto de Obiang.

Para o presidente, a medida "reforçará em grande medida as relações de aproximação, boa vizinhança e de irmandade que a Guiné-Equatorial mantém com um grande número de estados luso-hispânicos, membros fundadores da Comunidade de Países da Língua Portuguesa".

A Guiné-Equatorial tem, graças ao petróleo, relações amistosas com quase todos os países do mundo, sobretudo com Portugal, principalmente depois de um acordo para a abertura de embaixadas em Lisboa e Malabo, visando "reforçar todos os níveis de relações entre ambos os Estados".

“A adesão à CPLP não nos surpreende. A candidatura era previsível, na linha do que Obiang tem feito com outras organizações internacionais. Ele quer mostrar ao povo guineense que o dinheiro pode comprar tudo o que ele quiser. O pior é que tem razão”, afirma Celestino Bacalle, vice-secretário geral da Convergência para a Democracia Social, organização de oposição ao regime da Guiné-Equatorial.

Ao que consta, Blaise Compaoré, presidente do Burkina Faso, estuda neste momento – seguindo o exemplo de Teodoro Obiang – duas possibilidades para dar um novo impulso ao país: Declarar o português como língua oficial, e assim entrar na CPLP, ou decretar que o país se situa na Europa, e assim pedir a adesão à União Europeia.

Dizem os consultores jurídicos de Blaise Compaoré que, embora ninguém fale português, basta declarar essa língua como oficial para a Guiné-Equatorial entrar na CPLP, será também suficiente o presidente do Burkina Faso declarar que o país pertence à Europa para integrar a União Europeia.

De facto, é caso para dizer que ou há moralidade ou comem todos. Por mim, se a Guiné-Equatorial pode pertencer à Comunidade de Países de... Língua Portuguesa, também o Burkina Faso pode integrar a União Europeia.

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