O ministro da Comunicação Social (uma espécie do português Augusto Santos Silva nos seus melhores tempos) demitiu o director da Televisão São-tomense (TVS), Mateus Ferreira.
Num despacho datado de sexta-feira, o ministro Carlos Gomes (foto) declara que “com efeito imediato” a demissão do director, alegando – pois claro! – a “necessidade de se imprimir uma nova dinâmica” na televisão são-tomense, onde terminou na quinta-feira uma paralisação dos trabalhadores que se prolongou por cinco dias.
Mateus Ferreira, que regressou sexta-feira a são Tomé de uma viagem de trabalho ao Brasil e aos EUA, foi confrontado no mesmo dia com o seu afastamento, considerado pelos jornalistas e técnicos da TVS como “uma represália” à greve realizada na única televisão pública do arquipélago.
Consta (e ao Alto Hama não foi até agora possível confirmar a informação) que o ministro terá dito qualquer coisa do tipo “e assim que eu quero e é assim que vai ser" (onde é que eu já li esta frase?).
A paralisação de jornalistas e técnicos teve por base a reivindicação de melhores condições de trabalho, reposição dos subsídios e enquadramento de um conjunto de profissionais sem vínculo contratual com o Estado.
Os trabalhadores contestam a decisão ministerial de afastar o director da televisão por ocorrer a menos de 15 dias de eleições autárquicas a nível nacional e regionais na Ilha do Príncipe.
Mas não adianta contestar. Se “é assim que ele quer, é assim que vai ser". Tudo, como é lógico, a bem da democracia, do Estado de Direito e – já agora – da liberdade de imprensa...
Sem comentários:
Enviar um comentário