O Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, António Indjai afirmou hoje que, sob o seu comando, o militar que não se subordinar ao poder político será expulso das Forças Armadas. Alguém acredita?
“Não há mais dúvida sobre isso, qualquer militar que se recusar a se submeter ao poder político deste país será expulso das Forças Armadas”, disse o general Indjai quando proferia o seu discurso nas comemorações do 25º aniversário da criação do regimento dos Comandos.
Expressando-se em crioulo (embora chefie as Forças Armadas de um país lusófono não fala português) e na presença dos ministros da Defesa e do Interior, Indjai assinalou que doravante os militares guineenses “vão passar a ser um exemplo de disciplina e do respeito pelo poder civil”.
Para ver a coerência das afirmações de António Indjai basta recordar o que, por exemplo, se passou no dia 1 de Abril deste ano. É claro que, por não falar português, expressou-se em Kalashnikovês e pôs o poder político de joelhos (antes de joelhos do que com um tiro na cabeça).
“O militar tem que saber que não está acima do político, deve total obediência ao poder civil, quem não respeitar isso não fará parte das nossas fileiras”, assinalou António Indjai.
“Que a comunidade nacional, comunidade internacional e Nações Unidas tenham isso como um compromisso das Forças Armadas”, declarou ainda o chefe das Forças Armadas guineenses, destacando igualmente que o diálogo devera passar a ser a forma de resolução dos diferendos que possam surgir.
“Não podemos continuar a resolver os problemas de arma na mão. Não. Temos que dialogar entre nós e com os nossos irmãos políticos. Temos que ter confiança entre nós e com os políticos”, disse António Indjai, merecendo palmas dos militares e dos políticos presentes na cerimónia que decorreu no hangar da Força Aérea, em Bissalanca, arredores de Bissau.
Segundo o general António Indjai, os militares guineenses têm que ter coragem de colocar os seus problemas aos políticos para que estes possam arranjar soluções dentro do clima do diálogo.
E é assim que vai a Guiné-Bissau. De promessa em promessa, de golpe em golpe... até ao golpe final.
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