O Fernando Frade, meu irmão desta vida, mas também de muitas outras, ofereceu-me o livro "Tartan - As Velas da Liberdade", escrito pelos irmãos Silveira Ramos mas, como todas as boas obras, inspirado no sonho, alimentado pela esperança e eterno pela saudade.
Só hoje o acabei de ler. O José Eduardo Agualusa diz, no prefácio, que é um livro que se lê de um só fôlego. Tem razão, embora não tenha sido o meu caso. E não foi porque, deliberadamente, decidi que o haveria de ler à beira do mesmo mar – embora com outra águas – que serviu de berço ao Tartan.
E, assim, ia lendo e olhando para sul o oceano que em cada linha me transportava para o infinito, que em cada frase me mostrava o cálido horizonte de uma terra que não se define, apenas se sente.
Enquanto o Tartan fazia a viagem para norte a partir de Luanda, eu fazia o regresso a sul a partir de Vila Nova de Gaia.
Ao contrário do que é habitual, só fiz um sublinhado em todo o “casco” do Tartan: “...fogem do tudo que é nada, em direcção ao nada que é tudo” (página 60).
Não creio que tenha sido verdade, mas em algumas alturas em que parava o cérebro para ler o livro com o coração, olhei o horizonte a pareceu-me ver o Tartan na rota de regresso.
Mesmo sendo apenas uma miragem, deixem-me ficar com essa imagem e, já agora, apanhar a boleia do regresso, fugindo do tudo que é nada para, quem sabe?, encontrar o nada que é tudo.
1 comentário:
Foi um livro que me comoveu imenso porque um dos participantes naquela aventura foi meu colega de faculdade
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