Os principais partidos angolanos pretendem que o Presidente português, Cavaco Silva, na sua visita a Angola, faça jus ao título de “país amigo de Angola”, recuperando "tempo perdido", como pede o MPLA, ou ajudando a melhorar a sua democracia, como preconiza a UNITA.
Se calhar até vão conseguir alguma coisa do presidente português. Desde logo porque, também em Portugal, Cavaco Silva tenta recuperar o “tempo perdido” com uma governação socialista que deixa os portugueses à beira de um ataque de... fome, tal como procura ajudar a melhorar uma democracia que só tem servido – tal como em Angola – para que poucos tenham cada vez mais milhões e milhões tenham cada vez menos.
O Presidente da República portuguesa chega no domingo a Angola, onde realizará até ao dia 24 uma visita de Estado, participando ainda na cimeira de chefes de Estado da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), no dia 23, que vai passar a presidência da organização para Luanda.
Em declarações à Agência Lusa, o secretário para a informação do MPLA, Rui Falcão, considerou “bastante interessante e importante” a visita do Chefe de Estado português, que deverá servir para o reforço das relações bilaterais, sobretudo nas áreas económica e social.
Tudo indica que, mais do que a área social, para Portugal o que importa é a economia. Desde logo porque Lisboa está com a corda na garganta e, por sinal, Angola tem nas mãos a catana capaz de cortar a corda. É claro que, se não for utilizada com mestria, pode também cortar o pescoço...
Segundo Rui Falcão, a presença de um grande número de empresas portuguesas em Angola revela o nível de cooperação económica entre os dois países, bem como os novos investimentos de Angola em Portugal.
O secretário para a informação do MPLA, partido no poder em Angola desde a independência em 1975, referiu que gostaria de ouvir de Cavaco Silva, que Portugal continua disponível para cooperar com Angola e “recuperar o tempo perdido nestes 35 anos de relações entre os dois países”.
E certamente que Cavaco Silva, bem protegido por uma escolta de mais de 100 empresários, vai prometer recuperar todo esse tempo perdido, abrindo certamente e ainda mais as portas do seu país à Oferta Pública de Aquisição, parcial ou total, lançada pelos donos de Angola.
Por sua vez, o porta-voz da UNITA, Alcides Sakala, que também considerou importante a visita do Presidente português, no quadro do reforço da cooperação bilateral entre os dois estados, disse que Cavaco Silva vai encontrar um país que enfrenta “problemas sérios na área social e dos direitos humanos”.
“Há a questão de Cabinda, que está ainda por resolver, a corrupção e a falta de transparência na gestão da coisa pública”, apontou Alcides Sakala.
Problemas sociais num país em que 68% (68 em cada 100) dos angolanos são gerados com fome, nascem com fome e morrem pouco depois com fome; em que 45% das crianças angolanas sofrerem de má nutrição crónica, sendo que uma em cada quatro (25%) morre antes de atingir os cinco anos?
Se calhar até vão conseguir alguma coisa do presidente português. Desde logo porque, também em Portugal, Cavaco Silva tenta recuperar o “tempo perdido” com uma governação socialista que deixa os portugueses à beira de um ataque de... fome, tal como procura ajudar a melhorar uma democracia que só tem servido – tal como em Angola – para que poucos tenham cada vez mais milhões e milhões tenham cada vez menos.
O Presidente da República portuguesa chega no domingo a Angola, onde realizará até ao dia 24 uma visita de Estado, participando ainda na cimeira de chefes de Estado da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), no dia 23, que vai passar a presidência da organização para Luanda.
Em declarações à Agência Lusa, o secretário para a informação do MPLA, Rui Falcão, considerou “bastante interessante e importante” a visita do Chefe de Estado português, que deverá servir para o reforço das relações bilaterais, sobretudo nas áreas económica e social.
Tudo indica que, mais do que a área social, para Portugal o que importa é a economia. Desde logo porque Lisboa está com a corda na garganta e, por sinal, Angola tem nas mãos a catana capaz de cortar a corda. É claro que, se não for utilizada com mestria, pode também cortar o pescoço...
Segundo Rui Falcão, a presença de um grande número de empresas portuguesas em Angola revela o nível de cooperação económica entre os dois países, bem como os novos investimentos de Angola em Portugal.
O secretário para a informação do MPLA, partido no poder em Angola desde a independência em 1975, referiu que gostaria de ouvir de Cavaco Silva, que Portugal continua disponível para cooperar com Angola e “recuperar o tempo perdido nestes 35 anos de relações entre os dois países”.
E certamente que Cavaco Silva, bem protegido por uma escolta de mais de 100 empresários, vai prometer recuperar todo esse tempo perdido, abrindo certamente e ainda mais as portas do seu país à Oferta Pública de Aquisição, parcial ou total, lançada pelos donos de Angola.
Por sua vez, o porta-voz da UNITA, Alcides Sakala, que também considerou importante a visita do Presidente português, no quadro do reforço da cooperação bilateral entre os dois estados, disse que Cavaco Silva vai encontrar um país que enfrenta “problemas sérios na área social e dos direitos humanos”.
“Há a questão de Cabinda, que está ainda por resolver, a corrupção e a falta de transparência na gestão da coisa pública”, apontou Alcides Sakala.
Problemas sociais num país em que 68% (68 em cada 100) dos angolanos são gerados com fome, nascem com fome e morrem pouco depois com fome; em que 45% das crianças angolanas sofrerem de má nutrição crónica, sendo que uma em cada quatro (25%) morre antes de atingir os cinco anos?
Problemas sociais num país que, depois de ter estado em 2008 na posição 158 no “ranking” que analisa a corrupção em 180 países, passou em 2009 para a 162?
Problemas sociais num país em que a dependência sócio-económica a favores, privilégios e bens (o cabritismo, como se diz em Angola) é o método utilizado pelo MPLA para amordaçar os angolanos?
Problemas sociais num país em que 80% do Produto Interno Bruto angolano é produzido por estrangeiros; em que mais de 90% da riqueza nacional privada é subtraída do erário público e está concentrada em menos de 0,5% de uma população; em que 70% das exportações angolanas de petróleo tem origem na sua colónia de Cabinda?
Problemas sociais num país em que o acesso à boa educação, aos condomínios, ao capital accionista dos bancos e das seguradoras, aos grandes negócios, às licitações dos blocos petrolíferos, está limitado a um grupo muito restrito de famílias ligadas ao regime no poder?
Para o porta-voz da UNITA, maior partido da oposição angolana, a vinda do Presidente português é também importante porque Portugal é um país com uma democracia avançada, facto que poderá ajudar Angola a aprofundar a sua.
Alcides Sakala manifestou ainda o desejo de o seu partido manter um encontro com o Presidente português para pedir o apoio de Portugal no melhoramento do ensino em Angola, “área em que ainda existe um grande défice”.
“Gostaríamos de ouvir uma mensagem do Presidente português, em que ele reafirmasse a necessidade do aprofundamento da democracia em Angola, partindo da experiência de Portugal, que de 1974 até hoje se tornou num Estado democrático pleno”, frisou.
Já a FNLA, partido histórico angolano, espera que no encontro entre Cavaco Silva e as autoridades angolanas, o dossiê da cooperação bilateral seja “profundamente analisado para determinar com maior exatidão áreas de cooperação que sejam frutuosas para ambos”.
“Quando se fala de cooperação entre Portugal e Angola o que mais se evidencia é a área da construção civil e a vinda de mão de obra, o que não ajuda muito para o desenvolvimento do país, portanto é preciso que sejam bem definidas as áreas para que essa cooperação seja mutuamente proveitosa”, disse à Lusa o presidente da FNLA, Ngola Kabangu.
Para o porta-voz da UNITA, maior partido da oposição angolana, a vinda do Presidente português é também importante porque Portugal é um país com uma democracia avançada, facto que poderá ajudar Angola a aprofundar a sua.
Alcides Sakala manifestou ainda o desejo de o seu partido manter um encontro com o Presidente português para pedir o apoio de Portugal no melhoramento do ensino em Angola, “área em que ainda existe um grande défice”.
“Gostaríamos de ouvir uma mensagem do Presidente português, em que ele reafirmasse a necessidade do aprofundamento da democracia em Angola, partindo da experiência de Portugal, que de 1974 até hoje se tornou num Estado democrático pleno”, frisou.
Já a FNLA, partido histórico angolano, espera que no encontro entre Cavaco Silva e as autoridades angolanas, o dossiê da cooperação bilateral seja “profundamente analisado para determinar com maior exatidão áreas de cooperação que sejam frutuosas para ambos”.
“Quando se fala de cooperação entre Portugal e Angola o que mais se evidencia é a área da construção civil e a vinda de mão de obra, o que não ajuda muito para o desenvolvimento do país, portanto é preciso que sejam bem definidas as áreas para que essa cooperação seja mutuamente proveitosa”, disse à Lusa o presidente da FNLA, Ngola Kabangu.
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