quarta-feira, agosto 08, 2012

Ajudemos a Casa dos Rapazes do Huambo




O responsável da Casa dos Rapazes no Huambo (instituição fundada bem antes da independência), padre Marcelino Pungulimue, afirma que necessita de recursos financeiros para reactivar a sua área de formação de artes e ofícios.

Em declarações à Angop, Marcelino Pungulimue afirma que a reabertura desta área de formação profissional vai permitir que os jovens, antes de deixarem a instituição, tenham conhecimento e instrução necessária que lhes permita a reintegração na sociedade sem dificuldades.

O padre deu a conhecer que em tempos idos os jovens eram formados na Casa dos Rapazes nas áreas de serralharia, mecânica, carpintaria, marcenaria, agro-pecuária e tipografia.

Permitam-me recordar que o meu livro “Algemas da minha traição”, publicado em 1975, foi impresso na tipografia da Casa dos Rapazes. Apenas para que conste.

“A nossa grande preocupação tem a ver com a reactivação da área de formação profissional, por forma a ocupar os tempos livres das 51 crianças acolhidas nesta instituição com idades compreendidas entre os sete aos 17 anos. Desde a reabertura desta casa, em 2008, os nossos alunos recebem apenas formação académica e espiritual, o que é insuficiente para a formação integral do homem de amanhã”, destacou Marcelino Pungulimue.

O padre acrescentou que esta tem sido a grande luta da instituição por acreditar que os jovens já não terão outra oportunidade de serem formados profissionalmente depois de abandonarem a casa.

A Casa dos Rapazes do Huambo foi fundada em 1955 pelo padre português António Manuel Ferreira, para alojar crianças órfãs ou abandonadas.

O primeiro núcleo de rapazes recolhidos por esse sacerdote era constituído por seis meninos do município da Caála, 23 quilómetros da cidade do Huambo, onde começou com o projecto.

Anos mais tarde foi transferido para a cidade do Huambo, já com a designação de Casa dos Rapazes, numa fazenda comprada pelo padre António Manuel Ferreira.

A instituição ganhou força na década de 60 e o número de rapazes foi crescendo cada vez mais. Pela Casa dos Rapazes passaram muitos estudantes, pois era até início da década 1980 o maior lar da época em Angola, com capacidade para albergar 120 jovens.

Em 2009 as suas principais infra-estruturas foram reabilitadas pela União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA).

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