O
responsável da Casa dos Rapazes no Huambo (instituição fundada bem antes da
independência), padre Marcelino Pungulimue, afirma que necessita de recursos
financeiros para reactivar a sua área de formação de artes e ofícios.
Em
declarações à Angop, Marcelino Pungulimue afirma que a reabertura desta área de
formação profissional vai permitir que os jovens, antes de deixarem a
instituição, tenham conhecimento e instrução necessária que lhes permita a reintegração na sociedade sem dificuldades.
O padre deu
a conhecer que em tempos idos os jovens eram formados na Casa dos Rapazes nas
áreas de serralharia, mecânica, carpintaria, marcenaria, agro-pecuária e
tipografia.
Permitam-me
recordar que o meu livro “Algemas da minha traição”, publicado em 1975, foi
impresso na tipografia da Casa dos Rapazes. Apenas para que conste.
“A nossa
grande preocupação tem a ver com a reactivação da área de formação
profissional, por forma a ocupar os tempos livres das 51 crianças acolhidas
nesta instituição com idades compreendidas entre os sete aos 17 anos.
Desde a reabertura desta casa, em 2008, os nossos alunos recebem apenas
formação académica e espiritual, o que é insuficiente para a formação integral
do homem de amanhã”, destacou Marcelino Pungulimue.
O padre
acrescentou que esta tem sido a grande luta da instituição por acreditar que os
jovens já não terão outra oportunidade de serem formados profissionalmente
depois de abandonarem a casa.
A Casa dos
Rapazes do Huambo foi fundada em 1955 pelo padre português António Manuel
Ferreira, para alojar crianças órfãs ou abandonadas.
O primeiro
núcleo de rapazes recolhidos por esse sacerdote era constituído por seis
meninos do município da Caála, 23 quilómetros da cidade do Huambo, onde começou
com o projecto.
Anos mais
tarde foi transferido para a cidade do Huambo, já com a designação de Casa dos
Rapazes, numa fazenda comprada pelo padre António Manuel Ferreira.
A
instituição ganhou força na década de 60 e o número de rapazes foi crescendo
cada vez mais. Pela Casa dos Rapazes passaram muitos estudantes, pois era até
início da década 1980 o maior lar da época em Angola, com capacidade para
albergar 120 jovens.
Em 2009 as
suas principais infra-estruturas foram reabilitadas pela União das Cidades
Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA).
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