Em Portugal, a Ordem dos
Médicos do Norte manifestou recentemente “preocupação” com as nomeações dos directores
executivos dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES).
Usando o que
o perito dos peritos do PSD e do Governo (Miguel Relvas) chama de “jornalismo
interpretativo”, parece-me que Miguel Guimarães errou ao dizer que os nomeados
são pessoas com “total ausência de experiência” na área.
Agora usando, com
a devida vénia, as palavras do experiente e catedrático (por parte do pai)
político e vice-presidente da bancada do PSD, Luís Menezes, acho que a Ordem
dos Médicos do Norte está a a fazer "chafurdice política" e a funcionar
como um "braço armado" de qualquer coisa.
Em causa
está a “preocupação” perante as nomeações, “para cargos de elevada
responsabilidade e complexidade”, de pessoas “cujo currículo demonstra uma
total ausência de experiência profissional na área da gestão da saúde e na
governação clínica”, refere o presidente da Ordem dos Médicos do Norte.
Tivesse Miguel
Guimarães analisado a questão com mais pormenor e veria, creio, que essas pessoas
tem experiência (mesmo que por equivalência lusófona) adquirida desde o
nascimento. À semelhança, aliás, do que
se passa com Luís Filipe Valenzuela Tavares Menezes Lopes, economista, gestor
de empresas e economista Director Geral do Grupo Unilabs Portugal.
Aliás, sobre
a questão foi o próprio Luís Menezes que considerou, em nome do grupo
parlamentar do PSD, "infundadas" as críticas da Ordem
dos Médicos do Norte, explicando que "40 por cento dessas nomeações
representam reconduções".
Mesmo que,
por qualquer falha no registo de equivalências profissionais, os restante 60
por cento não percebam um chavo da matéria, creio ser suficiente o facto de
terem sido escolhidos pelo governo, facto que só por si os torna no mínimo
licenciados no que for conveniente.
O deputado
salientou ainda a "inteira confiança no Ministério da Saúde, garantindo
que " tem mostrado uma enorme preocupação com a escolha das pessoas para
ocupar lugares de chefia e gestão nas unidades de saúde".
"Gostávamos
de ter visto igual diligência por parte de quem agora critica estas nomeações
aquando das nomeações feitas pelo governo anterior sem qualquer critério
conhecido", defendeu ainda Luís Menezes.
Ora aí está.
É isso mesmo. Como diz o presidente da Câmara de Gaia, conselheiro de Estado,
ex-presidente do PSD e putativo candidato à Câmara do Porto, o seu partido deve
deixar-se de "pruridos" e lembrar aos portugueses que o esforço
pedido é a "factura a pagar" pela "incompetência dos governos
socialistas".
Houve tempo
em que Luís Menezes (o pai) dizia que a culpa era dos “sulistas e elitistas”.
Agora parece que o odioso é todo dos socialistas, mesmo que sejam nortistas e
popularuchos.
Certo é que
a culpa nunca é, nunca foi nem nunca será da malta do actual PSD. Só falta dizer
que Portugal se revê (e penso que Luís
Menezes – filho – já pensou nisso) em Deus no céu e em Passos Coelho na
terra. É, aliás, muito mais fácil não
assumir as responsabilidades, catapultando toda a culpa para uma qualquer
pesada herança, socialista, salazarista ou comunista.
Recorde-se
que foi o “querido líder” do PSD quem afirmou que “ninguém nos verá impor sacrifícios aos que
mais precisam; os que têm mais terão que ajudar os que têm menos; queremos
transferir parte dos sacrifícios que se exigem às famílias e às empresas para o
Estado; para salvaguardar a coesão social prefiro onerar escalões mais elevados
de IRS de modo a desonerar a classe média e baixa”.
Ou ainda, "se
formos Governo, posso garantir que não será necessário despedir pessoas nem
cortar mais salários para sanear o sistema português; já ouvi o
primeiro-ministro dizer que o PSD quer acabar com o 13º mês, mas nós nunca
falámos disso e é um disparate."
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