O MPLA vai
continuar a trabalhar para resolver os problemas do povo, assegurou (pois
claro!), num comício na comuna de Malembo, Aldina da Lomba, cabeça de lista
daquele partido pelo círculo eleitoral da colónia angolana de Cabinda.
Nestas
alturas de campanha, mesmo que seja numa colónia, o regime promete tudo e até diz,
como fez candidata, que o MPLA é o “partido do povo”. E é mesmo. Sendo que o Povo, mesmo em Angola,
é constituído apenas pelos que são do MPLA.
Embora o
MPLA esteja no poder desde 1975, Aldina da Lomba diz agora, certamente porque o
tempo de governo ainda não foi suficiente, que “as redes de saúde e de ensino
vão continuar a alargar” e resolvidos os problemas que a população ainda tem, que
sempre teve, como foram os do abastecimento de energia e de água.
A candidata
do regime colonial, que realçou as principais linhas do manifesto eleitoral e
do programa de governo do MPLA para o período 2012-2017, cujo objectivo reprometido
é melhorar a qualidade de vida dos angolanos, apelou ao voto em massa no MPLA e
no seu cabeça de lista a nível nacional, José Eduardo dos Santos, um presidente
não eleito e há 33 anos no poder.
Aldina da
Lomba considera que, como na Angola real, para haver desenvolvimento na colónia
de Cabinda é preciso continuar tudo na mesma, ou seja ser o MPLA a comandar o
regime esclavagista em Angola e colonial em Cabinda.
Apesar de
ser em Cabinda que o regime angolano (que não os angolanos) rouba o petróleo
que em grande parte permite que os donos de Angola sejam cada vez mais ricos, o
melhor que a candidata do MPLA conseguiu oferecer foi roupa, instrumentos de
trabalho e utensílios domésticos.
Tal e qual
como nos tempos da militância marxista-leninista do pós-independência, o regime
angolano continua a reeducar o povo tendo em vista e militância política e
patriótica. E tanto a militância política como a patriótica são sinónimos de
MPLA.
Nem no
regime de Salazar se fazia um tão canino culto do regime e do presidente como o
faz o MPLA, só faltando (e já esteve mais longe) dizer que só existem Deus no
Céu e José Eduardo dos Santos na terra.
Não nos
esqueçamos, por exemplo, que o regime tem comandantes militares cuja exclusiva
função é a Educação Patriótica.
Tantos anos
depois da independência, dez depois da paz, a estrutura militar continua a
trabalhar à imagem e semelhança dos Khmer Vermelhos de Pol Pot.
Também
Mawete João Baptista, um governador colonial, tentou mostrar ao mundo que os
colonialistas iam apostar no progresso de Cabinda.
Falando recentemente
em Cabinda, afirmou que o programa do governo que visa a abertura de picadas em
toda a extensão da colónia (ele, como Salazar fazia em relação a Angola,
chama-lhe província), com destaque para os municípios do interior, demonstra a
vontade do executivo em responder os apelos das populações visando o seu bem
estar social e a sua inclusão social e segurança na sua mobilidade.
Mawete João
Baptista apontou que era objectivo do Governo colonial criar cada vez mais as
condições necessárias para as populações, sobretudo as que vivem em áreas de
difícil acesso, para que se sintam também incluídos nos programas ajuizados
pelo governo, nomeadamente, na saúde, na educação e no ensino, na água potável,
na energia e em especial terem uma segurança total para o exercício das suas
actividades no campo.
“Nós estamos
gratos por esse esforço que corresponde com a alegria das populações nessas áreas”,
disse Mawete João Baptista, para mais adiante sublinhar que a abertura das
picadas inoperantes há mais de 30 anos, no caso de Alto Sundi - Sanda Massala
(Belize), Quissamano - Necuto (Buco-Zau) e o melhoramento (asfaltagem) da
estrada que liga a Comuna de Dinge (Cacongo) e a de Necuto (Buco-Zau), permitem
hoje garantir o exercício cabal da administração do estado.
Mawete João
Baptista indicou ainda que o governo colonial ia continuar a abertura de outras picadas ao
longo de toda a fronteira com os dois países vizinhos os Congos Brazaville e
RDC por formas a permitir um melhor controlo das populações e da segurança.
“As nossas aldeias vão poder ser visitadas e
beneficiar de programas do governo para seu bem-estar social. Teremos melhor
segurança e evitaremos elementos que antes se aproveitavam para se instalar
nessas aldeias isoladas devido a falta de estradas ou picadas onde preparavam
acções contra as nossas populações já não o farão”, exortou o então governador
da colónia.
Apesar de
mais de 70% das exportações angolanas de petróleo terem origem na sua colónia
de Cabinda, o máximo que o regime colonial do MPLA dá ao povo são umas picadas
por onde vão passar, é claro, os milhares de militares que lá tem e que – como
força de ocupação – visam neutralizar qualquer tipo de resistência.
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