5.660 antigos
combatentes e veteranos da Pátria (Angola) estão a receber, no Huambo, as
respectivas pensões em atraso, referentes aos meses de Dezembro de 2009 e 2010,
incluindo o 13º mês.
A informação
foi dada pelo director provincial dos Antigos Combatentes e Veteranos da
Pátria, Moreira Janeiro Mário Lopes, segundo o qual o montante a ser pago está
avaliado em – cito ipsis verbis a Angop - “180 milhões, 492 mil, 554 kwanzas e 87
cêntimos.”
Moreira
Janeiro Mário Lopes esclarece que os pensionistas que não têm contas bancárias
estão a receber o seu dinheiro nas administrações dos municípios onde vivem, ao
passo que os utentes de contas bancárias recebem directamente nas suas contas.
O director
provincial dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria deu a conhecer,
entretanto, que pelo facto de o número de pensionista ter diminuído
ligeiramente, por razões desconhecidas, houve necessidade de aumentar dez por cento
ao salário de cada beneficiário.
Em Dezembro de 2009 eram 6.437 e um ano depois
este número baixou para 6.121.
Recorde-se
que tudo isto se deve, pois claro!, aos inefáveis esforços do ministro dos
Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, general Kundi Paihama.
Sim. É esse
mesmo que, no início deste mês, disse no Estádio Nacional de Ombaka (Benguela)que
os que lutarem contra o MPLA e contra José Eduardo dos Santos “vão ser
varridos”.
E se Kundi
Paihama o diz é porque vai mesmo fazer isso. Só falta esperar por amanhã para
medir a amplitude da varredura.
Ao que
parece, e ao contrário do que aconteceu em 2008, o regime tinha indicações
fidedignas de que, desta vez, para além dos mortos também os veteranos se recusavam
a votar no MPLA. Embora isso não fosse impeditivo de uma solução alternativa,
testada com êxito nas anteriores eleições, em que em alguns círculos eleitorais
apareceram mais votos do que votantes, poderá acontecer que com uns tantos kwanzas
os votos apareçam de forma voluntária.
Se se
estivesse a falar de um Estado de Direito e de uma comunidade internacional
honesta, seria criticável que o partido que governa Angola desde 11 de Novembro
de 1975, que tem como seu líder carismático e presidente da República alguém
que está no poder há 33 anos, sem ter sido eleito, sentisse necessidade de usar
a intimidação violenta para ganhar eleições.
Mas como
nada disso se passa, tudo vai continuar a ser feito por medida e à medida do
MPLA. É para isso que o petróleo existe, é para isso que serve aquela escrita
internacional que dá pelo nomes de dólares.
E porque o
regime só reconhece a existências de um único deus, Eduardo dos Santos, não
admite que existam dúvidas, não aceita que a sua liberdade termine onde começa
a do Povo. Vai daí, intimida, ameaça, espanca, rapta e mata quem tiver a
veleidade de contrariar o “querido líder”.
Sempre que
no horizonte se vislumbra, mesmo que seja uma hipótese remota, a possibilidade
de alguma mudança, o regime dá logo
sinais preocupantes quanto ao medo de perder as eleições.
Para além do
domínio quase total dos meios mediáticos, tanto nacionais como estrangeiros (em
Portugal nem se fala), o MPLA apostou forte numa estratégia que tem dado bons
resultados. Isto é, no clima de terror e de intimidação.
Tal como
mandam os manuais, o MPLA subiu o dramatismo para, paralelamente às enxurradas
de propaganda, prevenindo os angolanos de que ou ganha ou será o fim do mundo.
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