sábado, julho 24, 2010

Carta ao Senhor Presidente de Portugal

«Senhor Presidente de Portugal, foi com muita satisfação que lhe observei em Benguela a dizer que “Em Angola se sentia em casa”, então lhe resolvi escrever porque uma pessoa como o Senhor Presidente que gosta assim tanto da minha terra, merece que lhe faça sentir mais em casa ainda e como também disse que se sente entre amigos e eu concordo, porque em Benguela todos são amigos dos portugueses, menos os que não são e esses mesmo não contam e queria só lhe propor um pequeno bizeniss e todos ficávamos ainda mais em casa e o biseniss era que podíamos trocar de casa e o Senhor Presidente vinha viver na minha casa, aí se sentia ainda mais em casa e eu ia viver na sua casa mesmo lá em Lisboa, não no Palácio que eu sei muito bem que aí eu tinha de ser Presidente, mas mesmo na sua casa, aquela que fica mesmo onde morava o cota Chipilica e de certeza que não ia ficar chateado quando descobrisse que não tinha mesmo água canalizada, e a Dona tinha de ir carregar no camião, e também não tem luz, porque está sempre a faltar mas como o Senhor Presidente tem tumbu pode pagar mesmo a gasosa para os gerador, e esgoto não tem problema é mesmo para essa vala na rua, mas pode confiar que são todos amigos porque todos estão assim mesmo com esse problema, todos todos não porque na cidade alta em Luanda não tem mais, mas o piple aqui vive mesmo assim, e dizem aí os cabeças que mais de dez milhões de pessoas aqui na banda vivem mesmo assim, então o Senhor Presidente vai mesmo sentir-se em casa é só trocar com a minha.
Agradecendo então,

Anastácio António Tchipipa»

1 comentário:

cabindês disse...

Como sou um Cabindês esquecido e arrumado num canto deste Portugal globalizado, restou-me apanhar a boleia do meu amigo Orlando Castro para levar ao conhecimento do Presidente da Republica Portuguesa que, em espírito, estive lá na minha propriedade (centro de Cabinda) aquela mesma que meu pai comprou à empresa inglesa "Hatton & Cooks Ce." e cujo pergaminho original da transacção, datada de 1920 guardo em meu poder e que hoje foi avaliada em cerca de 5 milhões de euros, tomada de assalto e caindo nas mãos dos senhores do poder e do dinheiro. Esperei, em vão, que o Presidente lá tivesse ido, à minha Terra, para conhecer a verdade,mas acabei por desistir mais uma vez do meu sonho de libertação. Amigo Orlando prossiga com a sua escrita esclarecedora, na defesa e busca da justiça e da verdade, que eu estarei sempre consigo. Cumprimentso do Ruy Serrano