O
ex-primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, continua a alardear
pelos areópagos da político lusófona a sua suposta qualidade de impoluto
politico e, ao mesmo tempo, exclusivo dono da verdade.
Com o apoio (mal
explicado e ainda menos racional) de Portugal e da Comunidade de Países de
Língua Portuguesa, lá vai aproveitando o tempo de antena para, sem
contraditório, se apresentar como o único capaz de fazer o que não foi capaz
durante os muitos anos em que esteve na ribalta da politica guineense.
Disparando
em todos os sentidos, Carlos Gomes Júnior resolveu também alvejar os
"veteranos" do PAIGC, ou seja, todos aqueles que (ao contrário do
ex-primeiro-ministro) ao longo de muitos e muitos anos deram e dão tudo pelo
seu país, desde logo pela própria independência.
Apesar do
apoio da CPLP, creio que de facto já há muitos políticos lusófonos que estão a
ficar fartos. Não tardará muito, como aliás sempre aconteceu na história da
Guiné-Bissau, para que Carlos Gomes
Júnior fique a falar sozinho ou, em alternativa, para o espelho.
Aliás, a
ânsia revelada por Carlos Gomes Júnior para forçar o seu regresso a poder
cheira, quanto a mim, a algo mais do que a defesa da democracia e do interesse
do Povo guineense. Se calhar há por aí interesses empresariais pessoais pouco transparentes.
Pelo que tem
dito, é fácil concluir que Carlos Gomes Júnior não quer apenas regressar ao seu
país. O que ele quer, exclusivamente, é regressar ao poder no seu país. Não
pretende, creio, regressar para servir o Povo mas, como muitos outros, para
dele se servir.
Os ataques
sistemáticos e quase irracionais à CEDEAO, organismo que obviamente não está
incólume a críticas, revelam que para Carlos Gomes Júnior só são válidas as
organizações que o apoiam. Essa é, aliás, uma inequívoca forma de demonstrar
que há mesmo muitos interesses opacos que se movimentam tanto em Angola como em
Portugal, visando uma espécie de neocolonização da Guiné-Bissau.
Como muito
bem pergunta Fernando Casimiro (Didinho), meu amigo e um dos mais ilustres
filhos da Guiné-Bissau, “que desenvolvimento e integração regional pode vir a
ter a Guiné-Bissau, com um governante que insulta e despreza a Comunidade
Económica dos Estados da África Ocidental, onde a Guiné-Bissau está
inserida...?!”
Aliás, o
Didinho faz uma série de perguntas que desmontam toda a estratégia do
ex-primeiro-ministro guineense:
“Será que Carlos
Gomes Júnior conheceu Amílcar Cabral, para insultar os veteranos do PAIGC que
com ele viveram e conviveram durante a luta de libertação nacional? Quem é
Carlos Gomes Júnior para explicar a essência de um combatente da liberdade da
pátria aos veteranos do PAIGC?”
Num outra
dúvida, Didinho põe o dedo na ferida, fazendo uma pergunta demolidora que, só
por si, explica todo este imbróglio:
“Ou não será
que Carlos Gomes Júnior tem tido o comportamento que tem para que brevemente
tenha "razões" para argumentar que não pode regressar à Guiné-Bissau e
obter o estatuto oficial de exilado em Portugal, passando a dedicar-se aos
milhões que sugou da Guiné-Bissau e tornando-se num protegido de Portugal,
tendo em conta os processos judiciais que estão em andamento contra ele na
Guiné-Bissau?”
5 comentários:
É PRECISO REPETIR E GRITAR!!!!
Salvemos um PALOP
Retornado disse...
O grande e eterno problema da Guiné-Bissau não é de Carlos Gomes, nem de Amilcar Cabral e do irmão, e até nem do "inverosímel" Nino Vieira, nem do PAIGC ou de Spínola.
O grande problema é a fronteira Norte e os vizinhos Casamancinos.
E a França e Senegal já há muitos anos que chegaram à conclusão que têm que diluir aquela fronteira para dominar a Casamance.
E para isso só desestabilizando permanentemente a Guiné-Bissau até esta e os casamancinos se "renderem".
Isto enquanto não aparecer o petróleo na costa marítima onde as fronteiras ainda estão indefinidas, aí vai ser o fim.
Dizia Sekou Touré que Guiné só há uma.
E dentro da Guiné há muitos guineenses a pensar o mesmo, porque as fronteiras geográficas não criaram fronteiras étnicas até aos dias de hoje.
Comentar nomes apenas, é zero, é só atirar achas para a fogueira.
O que Durão, Paulo Portas, Amílcar, e a CPLP significam para a Guiné-Bissau é e foi salvar um PALOP.
Um português que não compreenda isto, é melhor não falar no assunto
02 Agosto, 2012
Caro "Retornado",
Dois textos sobre a Guiné-Bissau mereceram o mesmo comentário feito por si.
Se voltar a repetir-se não será, como certamente compreenderá, publicado.
Cumprimentos,
Orlando Castro
orlando adorei a sua colocação, oportunistas xegam aqui aó e colocam besteiras.
Força oRLANDO
Desculpem! nao eh digno utilizar palavras impropriass (i.e. oportunistas, besteiras etc) num blogue intressante e muito util para quem quer ter uma visao critica da situacao na guine-bissau; ou seja uma outra versao dos factos que teem acontecido na GB pra alem daqueles que ja sao repetidas vezes apresentados.
Bem haja,
Só hoje estou tendo, acidentalmente, conhecimento deste blog e apreciei bastante a forma como aborda vários assuntos. sou Guineense e vivo em Bissau, interessam me bastante assuntos ligados aos países lusófonos.Não conheço Angola, mas as vezes irrito-me pelo que passa lá. Um homem dominar aquilo tudo e fazer dela o que bem entender é algo doloroso, mas, mais doloroso ainda, é a cobertura quase bajuladora que tem recebido de portugal, um País com uma grandiosa história aa todos níveis, desde a sua formação, o seu papel na formação do mundo que temos hoje até a sua transição para democracia, jamais deveria baixar tanto o nível. Uma Angola democratica seria mt mais útil a portugal, que o actual, aposta numa ditadura, está provado, tem dias contados. tal como derrubaram Salazarismo e democratizaram Portugal, que tenham certeza,também, mais cedo ou mais tarde, os Mangolés derrubarão o eduardismo seguirão mesmas pegadas.
Os ditadores nunca acabarão, mas são sempre iguais, pouco inteligentes, o Edu, não deu conta do começo do seu fim ao nível interno, até dá ao luxo de se querer exportar o seu modelo para alguns estados, páreas obviamente, como são Guiné-Bissau e Gambia
Enviar um comentário