A agência de notação financeira Fitch, uma das mais ilustres donas das finanças mundiais, alertou hoje que o 'rating' de Portugal poderá voltar a descer no curto prazo, na ausência de auxílio financeiro de Bruxelas e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Trata-se, aliás, de uma questão que já não é nova nos meandros da política lusitana. Já no dia 10 de Janeiro, o dirigente socialista e educador das massas operárias, mas também ministro, Augusto Santos Silva, acusava as forças de direita de "salivarem" perante a hipótese de o FMI entrar em Portugal e de colocarem os interesses partidários acima dos nacionais.
Falando de barriga cheia (estava na altura num almoço de apoio a Manuel Alegre), Santos Silva avançou – nunca é demais recordá-lo – com as suas habituais eruditas pérolas, fazendo lembrar o tempo em que tinha a pasta, entre outras, de dono da comunicação social portuguesa.
Talvez por saber disso, de vez em quando ele aparece – mesmo sendo ministro da Defesa - para malhar em todos aqueles que têm a ousadia de pensar de forma diferente da dele que, aliás, é sempre igual (neste caso) à do sumo pontífice do PS, José Sócrates.
Recordam-se de Augusto Santos Silva ter considerado, ainda não há muito tempo (21 de Julho do ano passado), que o ante-projecto de revisão constitucional do PSD era “um manifesto extremista contra a Constituição”, que revelava “irresponsabilidade” e colocava “radicalmente em causa um equilíbrio de poderes que a democracia portuguesa laboriosamente construiu”?
O Governo do PS e o PS do Governo, seguindo a metodologia de Augusto Santos Silva, continua a malhar forte e feio nos enteados a quem acusa de "inacção" e de "cegueira ideológica".
Só escapam, esses escapam sempre, os que gravitam em volta deste PS. Se calhar o actual PS até tem razão. Cada povo tem os políticos que merece.
Dizia Augusto Santos Silva, certamente respaldado na cartilha do perito dos peritos, José Sócrates, que a oposição "sucumbe à demagogia". Demagogia que, como todos sabem, é uma característica atávica de todos os portugueses de segunda, ou seja, de todos aqueles que não são deste PS. Embora possam ser do PS de António Guterres, por exemplo.
"A direita falha em critérios essenciais na resposta à actual crise, começando logo por falhar no requisito da iniciativa", sustenta o maior (a seguir a José Sócrates) perito dos peritos portugueses, considerando que a oposição não assume uma defesa do princípio da "equidade social".
Será com certeza por isso que os poucos que têm milhões mais milhões continuam a ter, e que os milhões que têm pouco ou nada... ainda têm menos, se é que isso é possível.
Quando se vira para a esquerda, este PS também bate forte e feio, ou não fosse o único dono da verdade. Em relação ao PCP atira a matar, tal como fizera quanto ao Bloco de Esquerda, isto – diga-se em abono da verdade - antes de terem selado uma união de facto a três, via Manuel Alegre.
Nessa altura, Santos Silva evitou dizer que o BE pertencem "à esquerda extremista" que "propõe o regresso ao paradigma colectivista".
"Estão cegos por preconceitos ideológicos que os impediram de perceber o quanto foi essencial estabilizar o sistema financeiro para responder à crise", disse em tempos, entre outras sábias alusões, Augusto Santos Silva.
Ora aí está. Bons só mesmo os socialistas. Nem todos, mas sobretudo os que, por terem coluna vertebral amovível, veneram o líder. Todos os outros são uma escumalha que não merece sequer ser considerada como portuguesa.
"O PS é portador de uma liderança e de uma plataforma política para mobilizar o conjunto da sociedade", sustenta o PS, mostrando sempre que, na Terra, só Sócrates pode representar Deus como único detentor da verdade.
Sustenta e bem, e isto já para não falar da sua própria sustentação e luta para manter e doar tachos aos mais inéptos titulares do cartão de cidadão... socialista.
Embora os tais portugueses de segunda já saibam há muito que este PS não é uma solução para o problema, mas, isso sim, um problema para a solução, sempre foram percebendo que ou eram do PS ou estavam lixados e mal pagos.
"Na nossa opinião, depois deste episódio (que conduziu à demissão do primeiro-ministro, José Sócrates), um programa económico da União Europeia e do FMI reforçaria a credibilidade dos esforços das reformas orçamental e estrutural e reduziria as preocupações de financiamento no curto prazo", lê-se no relatório da Fitch.
Como se vê, e como pregava Frei Augusto (Santos Silva), não faltam por esse mundo abutres a salivar de satisfação pela entrada em Portugal do FMI, instituição à qual – aliás – Portugal pertence.
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