O dono de Angola, José Eduardo dos Santos, deu instruções ao presidente da Assembleia Naciobal, Paulo Kassoma, para meter na linha (quando for para o meter num caixão será outro a receber a ordem) o deputado da UNITA, Abílio Kamalata Numa.
Kamalata Numa, que também é secretário-geral da UNITA, vai ser ouvido pela Comissão Parlamentar de Ética e Decoro para explicar, muito bem explicadinho, o que o levou a fazer uma greve de fome no Bailundo, província do Huambo, em solidariedade com um militante do seu partido, António Kaputo, que teve problemas com um Soba que o proibiu colocar bandeiras da UNITA numa aldeia.
Tudo leva a crer que, num país de amplas liberdades e de democracia estabilizada, como é o caso de Angola, Numa terá cometido um crime contra a segurança do Estado e contra a honorabilidade das instituições.
Como é habitual, o dono do país já deverá ter lavrada a sentença, sendo a audição apenas uma formalidade. É que, em Angola, até prova em contrário todos são culpados.
Kamalata Numa, que me parece ter bebido alguns dos ensinamentos patrióticos do Mais Velho, também chamou (o que num país que tem dono é ainda um crime mais gave) ditador ao democrata presidente Eduardo dos Santos.
Ora, convenhamos, chamar ditador a alguém que – para além de ser dono do país – é presidente da República há 32 anos sem nunca ter sido eleito, é algo que não passa pela cabeça de ninguém.
Há quem diga, com toda a propriedade, que por “ não ficar bem voltar a matar um deputado (Caso Mfulumpinga), então retira-se o mandato, ele deixa de ter imunidades, deixa de ter escolta e assim é mais fácil eliminá-lo”.
Se calhar é isso mesmo que vai acontecer. Creio, aliás, que mesmo continuando a ser deputado (o que para o dono do país nada significa), Numa vai um dias destes ter um acidente qualquer e, se calhar devido ao rebentamento de um pneu, chocar com uma bala perdida.
Por alguma razão, em Abril do ano passado, a viatura de Kamalata Numa foi alvejada perto de uma aldeia no Município do Bailundo. É claro que tal aconteceu porque os caçadores que andavam na região confundiram a viatura com uma palanca...
1 comentário:
Bruder-O General metido a Deputado
O cidadão Abílio Kamalata Numa , que foi general,mas que , como tantos outros guarda a patente,e compra gravata, mas exibe os galões quando lhe convém, face ao cidadão comum,para proveito próprio, e dos seus, é também deputado na Assembleia Nacional.
O Deputado Kamalata Numa,o tal das estrelas na lapela, não desembarcou da Jamba, sem o historial de horrores que acompanharam os bandos armados nesta Angola mutilada.
Mas acha , o deputado Numa, que chegou à " grande cidade", e com o atraso próprio do arrivista,tem os seus amuos.
E muita pressa ,para ascender ao poder .
Quando amua o deputado Numa, esquecendo a patente que faz gala, esquece convenientemente, quem é o Chefe Supremo das Forças Armadas em Angola, embora a sua condição de reservista, não o dispense, e continue a obrigar, em tudo o que prevê o Código Militar.
Diga-se, e recorde-se, que a tal patente de General, foi tacitamente reconhecida,por acordos a nível de Estado, e sob a supervisão da comunidade internacional, em nome da reconciliação nacional.
Quando o Deputado Numa,agora na pose de civil, aprecia no " seu reino" uma injustiça, esquece-se da Constituição, da Procuradoria Geral da Republica, do Código do Processo Penal, e até da legitimidade das forças de segurança pública, incluindo as autoridades tradicionais, e dá-lhe para a “escandaleira”.
Mete-se a agitar os apaniguados, que já deveriam ser cidadãos de pleno direito,lá no seu “reinado”, aproveitando a fervedura na Capital, do 7 de Março.
Fora outros tempos, e os sobas do partido único, iam " manu militari" até ao centro da justiça expedita da Jamba, e ponto final.
Aí as leis eram circunscritas, e circunstanciais, e não havia Constituição Angolana nenhuma, para atrapalhar o raciocino, nem “ direitos humanos” que prevalecessem.
Mas o deputado Numa sabia ,e sabe , que poderia arengar no Planalto ,como general da catana e do mato, e não lhe dariam voz de detenção.
Porque conhece a Lei Orgânica do Estatuto do Deputado, que o protege, e as autoridades da Republica, a cumprem.
Esta Lei foi utilizada naquelas simples gentes, como um desafio directo ao Poder Central, fazendo passar a mensagem do “ todo poderoso general” doutros tempos, quando afinal era a própria Lei Constitucional , nos seus artigos 151 º e Seguintes, que descaradamente espezinhava diante desse povo, a que o protegia da prisão imediata.
Esquece , muito a propósito o deputado, que usufruir de direitos, obriga a deveres, que isto de ter direitos , sem obrigações, não existe em Direito.
Pequenos pormenores de gente civilizada, e de uma Angola Constitucional.
O Deputado Numa terá , de uma vez por todas, afinal, definir quais as regras do seu jogo.
A cidadania em geral, já a sabe.
E é de fácil enunciado :buscamos a alternância politica, dentro de um Estado de Direito Pluralista, sob os auspícios da nossa Constituição,que a todos obriga , e protege.
E aqui, nem está em causa se o militante do seu Partido, tinha fundadas razões , e, pelo que sabemos , até o tinha, para se insurgir contra uma autoridade, fosse ela administrativa , de âmbito tradicional.
No caso de prevaricação, e abuso de autoridade, sabe o Deputado Numa, mais do que ninguém, a quem se queixar, e como formalizar tal queixa, para que seja eficiente.
O principio da obediência à autoridade, não pode, nem deve ser atropelado, nem o desacato alentado, por quem tem o dever de o fazer cumprir.
Sabe o cidadão Numa, sabe o general Numa, e o sabe também ,o Deputado Numa.
Muito mais o sabe, o Secretario Geral do maior partido da Oposição, cujas responsabilidades na reconstrução e reconciliação nacional, são acrescidas (....)
(cf.continuação no AlexBruder-facebook)
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