terça-feira, março 15, 2011

Recordando José Luís de Abreu

Está quase a fazer um ano que morreu José Luís de Abreu, um Jornalista como poucos, um Homem como poucos, um Amigo como poucos, um Camarada como poucos.
Quem conheceu o verdadeiro Jornal de Notícias sabe do que falo.

Embora a memória seja, tal como a coluna vertebral, algo em vias de extinção (pelos exemplos que vejo até acredito que há quem nasça sem elas), repesco o que aqui (com nome e chipala, como sempre) escrevi no dia do funeral.

Ao funeral também apareceu aquele mercenário que quando chegou ao nosso JN se virou para o Zé Luís e lhe disse: “A partir de agora deixas de ser o meu chefe de Redacção”? Pois é, esse teve a lata de lá aparecer.

Já agora registe-se a resposta do Zé Luís: “Eu não sou teu chefe de Redacção, sou chefe de Redacção do Jornal de Notícias”.

Foi esse o mesmo escroque que, junto da Adminitração, pôs em dúvida a doença do Zé Luís e dizia que ele estava de baixa médica porque não queria trabalhar? Pois é, esse teve a lata de lá aparecer.

Também lá apareceu aquele badameco que só escrevia alguma coisa minimamente aceitável graças aos revisores.

E se ele teve a lata de lá aparecer, aviltando a memória do Zé Luís, outros – muitos - apareceram para a honrar.

Muitos dos que foram e muitos dos que não puderam ir honraram o Zé Luís em vida. E isso é que é importante. E honra é coisa que esse bandalho não sabe o que é, como o demonstrou até no dia da partida do Zé Luís.

Mas, como parece ser a regra, os bons vão partindo e a escumalha lá continua a cantar e a rir no convés...

Deixem-me também recordar o que o Paulo F. Silva escreveu:

«O Zé Luís (Abreu) foi o meu primeiro chefe de Redacção no JN e a ele devo a minha primeira reportagem a sério no exterior; lutei por essa reportagem, o Zé Luís acreditou em mim e, no regresso do outro lado do Mundo (Timor-Leste), um mês depois, tinha à minha espera uma palavra amiga com um abraço de agradecimento por ter correspondido à expectativa.

Foi, talvez, a única vez que um chefe de Redacção me abraçou, foi, estou certo, a única vez que abracei o meu chefe de Redacção.»

Sem comentários: