A máquina (política e militar) do regime angolano bem se esforça para calar o povo, mas a verdade é que os angolanos estão arrependidos. O MPLA tornou-se abertamente adversário do povo, ou melhor, opressor do povo.
Basta ir para a Angola real. Os sobas, nas aldeias estão (tal como noutros tempos) acorrentados ao medo de perder o subsídio, de serem chicoteados ou presos.
Todas as condições objectivas, no sentido do controlo de recursos, estão a favor do governo – exército, imprensa, maioria no parlamento, polícia, serviço de informações, implantação dos Sinfo nas aldeias, apoio da comunidade internacional, recursos financeiros.
Para se ser alguém, para se viver com dignidade, o angolano tem de pertencer ao MPLA (tal como os portugueses ao PS). O regime é dono dos angolanos. A escravatura moderna é imposta pelos que se julgam, e até agora têm sido, os senhores feudais.
É claro que o Povo não tem força, ou não a tem tido, para derrubar o sistema. A força da sua razão é neutralizada pela razão da força de um regime que tem tudo ao seu dispor.
O regime diz agora que é nas eleições que o Povo tem de decidir. Seria um bom princípio se a democracia fosse, em Angola, democracia. Mas não é. O MPLA, avesso a surpresas, está a preparar minuciosamente o processo para esmagar qualquer adversário.
Quando a máquina estiver pronta, testada e com o certificado de qualidade exarado pela conivente comunidade internacional, então os angolanos serão chamados a votar. E, como no passado, tanto faz que votem no MPLA ou não. E tanto faz porque será sempre o MPLA a ganhar.
Embora com a certeza de que a sua máquina, construída com peças luso-brasileiras e tendo assistência técnica do Partido Socialista português, será suficiente para reduzir a pó qualquer adversário, o MPLA joga sempre pelo seguro, mesmo que tenha de ter mais votos do que votantes recenseados.
Para o MPLA o importante é vencer, é esmagar, pouco importando se é ele que ganha ou se são os adversários que perdem.
Acresce que, mais uma vez, por falta de alternativas serão os angolanos a perder. E faltam alternativas porque os mais capazes não estão para se envolver num jogo em que as regras são ditadas pelo MPLA, em que o árbitro é o MPLA, em que a CNE é o MPLA, em que tudo é o MPLA.
É certo que, formalmente, não vão faltar candidatos. Para além de algumas pessoas ingénuas e bem intencionadas há sempre alguns que, a troco de alguma coisa, se prestam a ser figurantes numa farsa que pretende mostrar como uma ditadura é uma democracia.
Tal como nas legislativas anteriores, já se sabe quem vai ganhar, quem vai legitimar a vitória, e quem vai perder. Falta apenas saber quem serão, a nível internacional, os figurantes que no terreno vão dizer que tudo se processou com democraticidade, civismo e transparência.
Recordam-se que, no anterior simulacro eleitoral, além da falta de transparência, a informação prestada pela CNE revelou-se também incompleta e insuficiente, não explicando de onde vieram as 50.195 actas escrutinadas, quando só havia aprovado o escrutínio de 37.995? Como também não explicou a proveniência dos 10.375.000 votos, quando apenas tinham encomendado à “Valleysoft” 10.350.000 boletins de voto?
E se nessa farsa foram os Serviços de Informação (Sinfo) e a Casa Militar da Presidência angolana a controlar o processo eleitoral, aos invés da Comissão Nacional Eleitoral, no futuro será igual.
Basta ir para a Angola real. Os sobas, nas aldeias estão (tal como noutros tempos) acorrentados ao medo de perder o subsídio, de serem chicoteados ou presos.
Todas as condições objectivas, no sentido do controlo de recursos, estão a favor do governo – exército, imprensa, maioria no parlamento, polícia, serviço de informações, implantação dos Sinfo nas aldeias, apoio da comunidade internacional, recursos financeiros.
Para se ser alguém, para se viver com dignidade, o angolano tem de pertencer ao MPLA (tal como os portugueses ao PS). O regime é dono dos angolanos. A escravatura moderna é imposta pelos que se julgam, e até agora têm sido, os senhores feudais.
É claro que o Povo não tem força, ou não a tem tido, para derrubar o sistema. A força da sua razão é neutralizada pela razão da força de um regime que tem tudo ao seu dispor.
O regime diz agora que é nas eleições que o Povo tem de decidir. Seria um bom princípio se a democracia fosse, em Angola, democracia. Mas não é. O MPLA, avesso a surpresas, está a preparar minuciosamente o processo para esmagar qualquer adversário.
Quando a máquina estiver pronta, testada e com o certificado de qualidade exarado pela conivente comunidade internacional, então os angolanos serão chamados a votar. E, como no passado, tanto faz que votem no MPLA ou não. E tanto faz porque será sempre o MPLA a ganhar.
Embora com a certeza de que a sua máquina, construída com peças luso-brasileiras e tendo assistência técnica do Partido Socialista português, será suficiente para reduzir a pó qualquer adversário, o MPLA joga sempre pelo seguro, mesmo que tenha de ter mais votos do que votantes recenseados.
Para o MPLA o importante é vencer, é esmagar, pouco importando se é ele que ganha ou se são os adversários que perdem.
Acresce que, mais uma vez, por falta de alternativas serão os angolanos a perder. E faltam alternativas porque os mais capazes não estão para se envolver num jogo em que as regras são ditadas pelo MPLA, em que o árbitro é o MPLA, em que a CNE é o MPLA, em que tudo é o MPLA.
É certo que, formalmente, não vão faltar candidatos. Para além de algumas pessoas ingénuas e bem intencionadas há sempre alguns que, a troco de alguma coisa, se prestam a ser figurantes numa farsa que pretende mostrar como uma ditadura é uma democracia.
Tal como nas legislativas anteriores, já se sabe quem vai ganhar, quem vai legitimar a vitória, e quem vai perder. Falta apenas saber quem serão, a nível internacional, os figurantes que no terreno vão dizer que tudo se processou com democraticidade, civismo e transparência.
Recordam-se que, no anterior simulacro eleitoral, além da falta de transparência, a informação prestada pela CNE revelou-se também incompleta e insuficiente, não explicando de onde vieram as 50.195 actas escrutinadas, quando só havia aprovado o escrutínio de 37.995? Como também não explicou a proveniência dos 10.375.000 votos, quando apenas tinham encomendado à “Valleysoft” 10.350.000 boletins de voto?
E se nessa farsa foram os Serviços de Informação (Sinfo) e a Casa Militar da Presidência angolana a controlar o processo eleitoral, aos invés da Comissão Nacional Eleitoral, no futuro será igual.
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