O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, criticou hoje com dureza a resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que autorizou ataques aéreos à Líbia, comparando-a às cruzadas medievais.
Sempre que se fala de Putin recordo-me que ele e os seus acólitos não estão com meias medidas e, por exemplo, quando ouvem falar de Jornalistas pegam logo na pistola. Pegam e utlizam. Foi isso que fizeram com Anna Politkovskaia, a Jornalista russa que ficou conhecida nos países ocidentais pela cobertura crítica que fez da guerra na Tchetchénia.
Mas vejamos o que é que ele diz agora sobre a situação, cito o primeiro-ministro português, José Sócrates, que envolve o “líder carismáticos” da Líbia.
"A resolução do Conselho de Segurança é incompleta e deficiente, permite tudo e faz lembrar o apelo medieval às cruzadas. Na prática, ela permite a invasão de um Estado soberano", declarou Putin num encontro com operários de uma fábrica de armamentos na cidade de Votkin.
Goste-se ou não, a tal zona de exclusão aérea é tão lata que permite aos donos do mundo tudo e mais alguma coisa, desde logo escolher quem são os civis maus e os civis bons.
O chefe do governo russo reconhece que "o regime líbio não se enquadra nos critérios de país democrático", mas sublinha que "ninguém tem o direito de se imiscuir em conflitos políticos internos".
Isto quer dizer que, por exemplo, nunca a comunidade internacional poderia criar uma zona de exclusão aérea na Tchetchénia. Recorde-se que após o ataque suicida que, em 24 de Janeiro, provocou 36 mortos e 180 feridos num aeroporto em Moscovo, um dos líderes guerrilheiros tchetchenos, Doku Umarov, reivindicou a autoria do atentado num vídeo colocado no site Kavkaz center.com.
Putin considera (quem diria?) que "a política dos EUA de ingerência nos conflitos noutros países torna-se uma tendência constante, sem moral, nem lógica".
A Rússia foi um dos cinco países com assento no Conselho de Segurança da ONU que não apoiaram a resolução que permite o recurso a medidas militares contra o regime de Kadafi para – supostamente - proteger a população civil líbia, mas, tal como a China, não recorreu ao direito de veto enquanto membro permanente nesse órgão. Portugal, membro não-permanente, votou a favor da resolução.
Segundo o diário Kommersant, o Presidente Dmitri Medvedev inclinava-se para o apoio à resolução da ONU, mas o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, que defende uma política externa mais à maneira de Putin, defendia o veto. O compromisso entre as partes foi encontrado na abstenção.
Medvedev optou mesmo, a despeito da tradição diplomática russa, por retirar de Tripoli o embaixador russo, Vladimir Tchamov, por considerar que este defendia os interesses de Kadafi em Moscovo e não os do seu país na Líbia.
1 comentário:
isto e terrorismo puro e duro seculo 21. Seja como for e um estado suberano. No 25 de abril esiveram as portas. Porque nao vao a siria e outors paises que rodiam kadafi. isto apesar de nao gostar do dito! mas tudo isto e hipocrisia democratica de falsos apostolos.
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