sábado, março 05, 2011

MPLA volta a pôr as garras de fora e reedita plano de 2008 para decapitação de opositores

Visivelmente, o regime angolano continua a ter medo da verdade e aposta, como manda o seu velho manual, na criação de focos de tensão na sociedade angolana, eventualmente com o objectivo de levar acabo uma das suas especialidades: a purga.

Veja-se, por exemplo, a mais recente tese de Rui Falcão, o porta-voz do MPLA, que conotou com a UNITA a descoberta, no Lobito, de um navio norte-americano em trânsito para o Quénia, e que transportava armas.

Também agora, com a anunciada manifestação popular contra o regime, prevista para segunda-feira, o regime entrou novamente numa feroz campanha de diabolização de todos quantos, por defenderem a democracia e um Estado de Direito, são seus adversários.

O regime reedita agora, obviamente numa versão acrescentada e melhorada, as linhas estratégicas de um documento datado de 20 de Março de 2008, então elaborado pelos Serviços Internos de Informação, SINFO.

Na cruzada actual, como nas anteriores, estão os turcos do regime: Kundi Pahiama, Dino Matross, Bento Bento e Kwata Kanawa, com os meios de comunicação de Estado.

“A situação interna não transparece em bons augúrios para o MPLA, devido a várias manobras propagandísticas por parte dos partidos da oposição e de cidadãos independentes apostados em incriminar o Partido no Poder para fazer vingar as suas posições mercenárias junto da população civil e das chancelarias e comunidade internacional”, lia-se na versão de 2008 do documento do SINFO que, como reedita hoje, propunha o seguinte plano operacional:

1- Iniciar de imediato uma onda propagandística sobre a UNITA e os seus dirigentes nos órgãos de comunicação social, relacionados com a descoberta de novos paióis de armamento nas províncias e denegrir a imagem de dirigentes como Abel Chivukuvuku, Carlos Morgado, Alcides Sakala e Isaías Samakuva, com notícias com carácter escandaloso como contas bancárias no exterior, contactos com serviços secretos estrangeiros e também de espancamento de mulheres e crianças junto do núcleo familiar destes mercenários oposicionistas.

2- Avançar com processos criminais sob denúncia de elementos da população que podem compreender acusações de violações de menores, tráfico de influências em negócios ilegais e transacção ilegal de diamantes e indivíduos como William Tonet, Filomeno Vieira Lopes Rafael Marques, Alberto Neto e Carlos Leitão.

3- Aumentar a vigilância pessoal sobre os dirigentes da cúpula da UNITA e as escutas telefónicas em curso desde o nosso Departamento de Comunicações e reactivar as células-mortas de informadores no interior do Galo Negro sendo para isso necessário um plafond financeiro urgente.

4- Expulsar do território nacional, pelo menos seis ONG já identificadas em relatórios anteriores por operância de contactos em Luanda e nas capitais provinciais com elementos conotados com a cúpula da UNITA.

5- Reactivar as Brigadas Populares de Vigilância nos bairros de Luanda e nas capitais provinciais em acto paralelo com a distribuição de armamento ligeiro aos seus efectivos para defesa da população civil.”

Afinal, na História recente (desde 1975) do regime angolano, nada se perde e tudo se transforma para que os mesmos continuem a ser donos do poder e, é claro, de Angola.

1 comentário:

Anónimo disse...

A verdade é amarga e dói bastante para aqueles que defendem o partido mais criminoso em Angola.
Um dia vamos a rua em busca de liberdade e este dia será o dia mais lindo dos angolanos.