A Organização Mundial de Saúde (OMS) informou hoje que o número de mortos devido à epidemia de cólera no Zimbabué subiu para 3.524, enquanto nos países vizinhos as vítimas mortais totalizam 103.Os casos de pessoas infectadas subiram para 73.385 no Zimbabué e a taxa de mortalidade continua muito elevada, nos 4,8 por cento. Esta taxa deve ser inferior a 1 por cento para que a epidemia se considere controlada.
A porta-voz da OMS, Fadela Chaib, acrescentou que o número de casos registados diariamente também é muito alto, com 280 infectados e 11 mortos só na passada quarta-feira, último dia com estatíticas completas a nível nacional.
Por outro lado, a porta-voz confirmou que foram detectados casos de cólera em três dos cinco países vizinhos do Zimbabué, além de Angola.
Considerou que se pode considerar que o surto na África do Sul «e possivelmente em Moçambique, Botsuana e Zâmbia» está relacionado com o que se regista no Zimbabué, embora seja «difícil determinar com segurança».
Chaib disse que dez das 11 províncias de Moçambique têm comunicado casos de cólera, registando já 3.542 casos, além de 25 mortes.
Precisou que na África do Sul foram registados 4.859 casos e 34 mortes entre 15 de Novembro e 20 de Janeiro passados. Na Zâmbia foram registados 3.035 casos e 43 mortos até 27 de Janeiro último, enquanto em Angola, que não tem fronteira com o Zimbabué, há 273 casos de cólera e um morto.
No Zimbabué, uma equipa de especialistas da OMS que visitou vários regiões confirmou que «a fonte de infecção são os poços, correntes de água e rios», disse a porta-voz.
Esta constatação torna fundamental a distribuição de pastilhas de cloro para desinfecção da água que a população bebe e usa para cozinhar, acrescentou.
A escassez de água potável obriga a população a abastecer-se em fontes de água de livre acesso mas que estão contaminadas, o que explica a rápida propagação da doença.
Chaib lembrou que em alguns países da África Austral e numa parte da África do Sul a cólera é uma doença endémica.
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