quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Se vender mais 10 mil exemplares por dia
não evita despedimentos, encerre-se o país

Os cinco diários generalistas portugueses venderam no ano passado mais 20 mil exemplares por dia do que em 2007, tendo todos os títulos registado crescimentos, segundo o relatório do organismo que controla a circulação da imprensa, hoje divulgado.

E, neste caso, vender mais significa para alguns despedir os que fazem esses jornais. É caso para dizer que o crime compensa ou... é fartar vilanagem.

De acordo com a Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragens e Circulação (APCT), todos os diários generalistas melhoraram as suas vendas, com o Diário de Notícias e o Jornal de Notícias (nos quais, tal como no 24 Horas e O Jogo, decorre um processo de despedimento colectivo envolvendo 119 profissionais) a protagonizarem as maiores subidas.

No total, os cinco jornais - Diário de Notícias, Jornal de Notícias, Correio da Manhã, Público e 24 Horas - venderam mais 5,7 por cento em 2008, somando quase 340 mil unidades por edição.

Os maiores crescimentos foram registados pelo Diário de Notícias e pelo Jornal de Notícias, que aumentaram as suas vendas em mais de 10 por cento em relação a 2007, o que não os impediu de serem incluídos no processo de despedimentos que o grupo Controlinveste desencadeou no início deste ano.

Segundo o relatório da APCT, o Diário de Notícias passou de vendas de 36.237 exemplares em 2007 para quase 40 mil no ano passado, ou seja, mais 10,4 por cento.

Em termos absolutos, a maior subida foi do Jornal de Notícias, que vendeu, em média, mais 10 mil exemplares diários no ano passado, voltando a ultrapassar a fasquia das 100 mil unidades diárias.

Com uma subida de vendas de 10,2 por cento, o JN passou para uma média de 101.206 exemplares, aproximando-se do líder Correio da Manhã, detido pela Cofina.

Apesar de todos terem aumentado a sua circulação paga (vendas em banca e assinaturas), o Correio da Manhã manteve-se como o diário mais vendido em Portugal, aumentando em 2,6 por cento o número de exemplares comprados por dia e passando para os 118.353.

No terceiro lugar entre os mais vendidos ficou o Público, que protagonizou a menor subida - 1,4 por cento -, tendo vendido em 2008 uma média de 42.346 jornais por dia.

Com um aumento de 4,3 por cento, o 24 Horas - outro dos títulos da Controlinveste - vendeu no ano passado uma média de 37.327 exemplares diários.

1 comentário:

Carla Teixeira disse...

Caríssimo,

A única coisa que pode evitar despedimentos é o bom carácter de quem gere uma empresa. Porque não há crise que justifique que um grupo de comunicação que tem os resultados que a Controlinveste tem obrigue a despedir mais de 100 pessoas, ainda mais depois de ter sido pouco discreto no anúncio dos lucros e do aumento das vendas. Só posso desejar a todos os que, como tu, ajudaram a construir aquele império, de que depois foram tão incrivelmente expulsos, o melhor futuro possível. Um abraço,

Carla