domingo, fevereiro 22, 2009

Obama sabe sobretudo onde está o petróleo

O governo angolano já tem a certeza de que a administração norte-americana, liderada por Barack Obama, vai dar um novo impulso às “já boas relações” entre Luanda e Washington.

“É com agrado que verificamos que Angola é um país importante para os EUA. Temos recebido muitas visitas de governantes e militares dos EUA e acredito que a nossa posição geoestratégica poderá também influenciar as relações com Washington”, afirmou recentemente o porta-voz do ministério das Relações Exteriores de Angola, Abreu de Braganha.

É verdade. Então essa referência às visitas de militares dos EUA tem muito que se lhe diga. É só aguardar mais uns meses.

Por sua vez, o analista político Justino Pinto de Andrade disse que a expectativa que possui “não é propriamente em relação a algo de positivo que possa acontecer para Angola”, porque “o mais importante” é que as medidas de caráter económico que Obama vai tomar para os EUA ultrapassarem a crise “vão influenciar a estabilidade dos outros países”.

A diferença de opinião entre Justino Pinto de Andrade e Abreu de Braganha mostra, contudo, que o primeiro tem uma visão universalista e global, enquanto o segundo olha mais para um umbigo. Não deixam, contudo, de ser opiniões válidas.

Em relação a Angola, Justino Pinto de Andrade destacou que “vai continuar a ter importância para os EUA como fornecedor de petróleo”, todavia frisou que a intenção de Barack Obama iniciar uma política de não dependência do petróleo poderá ser má para os países fornecedores.

Eis o ponto. O petróleo. Lateralmente, tal como afirma Abreu de Braganha, Justino Pinto de Andrade também acredita que os EUA vão “emparceirar com Angola na resolução dos conflitos regionais”.

“Angola é um actor relevante, tem fama de rico, militarmente é forte, é um país estável, rodeado de países instáveis como a República Democrática do Congo, o Zimbábue. Acho que a administração Obama vai procurar dialogar com quem é estável”, apontou.

Aliás, Angola e os EUA deverão assinar em breve um acordo de cooperação nas áreas do investimento e comércio, segundo revelou em Luanda o embaixador norte-americano, Dan Mozena.

"Aguardo que a actual administração venha a ser mais célere no tocante à organização para a assinatura deste documento", disse Dan Mozena aos jornalistas à saída de uma audiência com o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos.

O embaixador norte-americano, que durante o encontro entregou uma carta de Barack Obama ao Presidente angolano, lembrou as "longas" relações existentes entre os dois países e admitiu que os Estados Unidos possam contribuir mais no combate à malária em Angola.

Dan Mozena transmitiu ainda a José Eduardo dos Santos a intenção da companhia de aviação norte-americana Delta Airlines efectuar voos directos para Angola a partir de Junho ou Setembro.

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