O primeiro-ministro das ocidentais praias lusitanas cada vez mais perto de Marrocos, José Sócrates, disse hoje que “o país pede aos seus líderes políticos e empresariais que proponham soluções para a crise e não que descrevam a crise”.
Muito bem. Melhor ainda seria se José Sócrates percebesse que ele próprio não é solução para o problema mas, antes, um problema para a solução. E como não compreende (nem mesmo com as explicações de Augusto Santos Silva), fica sentado na beira da estrada a tentar convencer os portugueses que está a caminhar na estrada da Beira.
O primeiro-ministro diz (e se ele o diz eu ponho-me em sentido) que esta é a “crise mais séria dos últimos 100 anos”, pelo que o país (penso que se referia a Portugal) “não pode cometer o erro de ficar parado”, sendo por isso necessárias “soluções pragmatistas” que “ousem contribuir para resolver os problemas".
Tem sido, aliás, isso que muitos empresários estão fazer. Passam a crise para os empregados (despedindo-os) e continuam a viver à grande e à francesa. É que, convenhamos, a crise não é igual para todos. À falência vão as empresas mas nunca os empresários.
“Não há político no activo que tenha vivido uma crise semelhante. Lembro-me de haver recessão nos Estados Unidos, no Japão e mesmo na Europa, mas não tenho memória de toda a Europa, a Rússia, os EUA e até a China se encontrarem nessa situação, numa crise à escala mundial”, disse num rasgo de inegável inteligência José Sócrates.
“Este é o momento em que os portugueses se viram para o Estado e o que precisamos é de confiança e ânimo, porque nunca vi o pessimismo criar um posto de trabalho”, afirmou o primeiro-ministro, utilizando uma frase que seria igualmente digna na boca dos seus amigos Hugo Chávez, Muammar Kadhafi ou José Eduardo dos Santos.
“Os países com mais sucesso valorizam os que arriscam”, disse ainda José Sócrates. E tem razão. É por isso que Portugal está cada vez mais próximo do Burkina Faso. Neste quintal lusitano, quem se arrisca a pensar de forma diferente do Poder (político, económico, empresarial) é recompensado com o despedimento.
Tal como no Burkina Faso, em Portugal valoriza-se os que não erram sem aquilatar de saber que há tanta genta a não errar porque, simplesmente, nada faz.
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