O secretário-geral do PS queixou-se hoje de ser alvo de sucessivas campanhas negras contra a sua dignidade e honra. E tem razão. Por serem tão negras é que, quando falo de Portugal, foge-me a palavra e por regra só me vem à cabeça o Burkina Faso.
"Há um combate a travar pela decência da nossa vida democrática. Quero dizer-vos que também estou aqui porque não podemos deixar que vençam aqueles que fazem política com as armas da calúnia, da difamação e dos ataques pessoais", declarou José Sócrates no seu primeiro discurso no congresso do PS, em Espinho.
De facto, a decência é algo que anda distante da política portuguesa. Tão distante que eu sei que a minha liberdade termina onde começa a do primeiro-ministro, mas o primeiro-ministro não sabe que a sua liberdade termina (ou deveria terminar) onde começa a minha.
Sócrates frisou que a democracia vive do "confronto das ideias, do debate, franco e leal, da força das convicções, e do respeito pelos adversários políticos".
Confronto de ideias desde que as ideias dos outros não colidam com as de José Sócrates. Debate? Sim, desde que não se alterem as verdades postas a debate pelos donos do Poder. Respeito pelos adversários políticos? Onde? Ah. No Burkina Faso.
O secretário-geral do PS visou também alguma comunicação social que tem resistido à mordaça imposta por Sócrates & Cª (Augusto Santos Silva), dizendo que o poder em democracia está no povo e não "em directores de jornais".
Pois é verdade. Quanto aos directores, adminsitradores e donos de jornais que vão comer à mão de Sócrates & Cª (Augusto Santos Silva) esses, creio eu, são os que utlizam “omo” para banquear a campanha negra e, assim, desempenharem um papel essencial ao bem estar da Nação.
"Umas atrás de outras essas campanhas são sempre desmascaradas e desmentidas. A verdade acabou sempre por vir ao de cima", começou por dizer o líder socialista.
Se a verdade vem sempre ao de cima, não há razões para que José Sócrates tema a acção dos directores de jornais. Aliás, são tão poucos que um dia destes vão também ser obrigados a pensar com a barriga.
Atente-se. Se numa legislatura Sócrates & Cª (Augusto Santos Silva) conseguiu reduzir a liberdade e diversidade de expressão ao seu mais pequeno nível, o que não fará se lá continuar mais outra?
Por alguma razão António Barrero diz que o primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, “é a mais séria ameaça contra a liberdade, contra autonomia das iniciativas privadas e contra a independência pessoal que Portugal conheceu nas últimas três décadas”.
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