Ana Gomes (PS) e José Ribeiro e Castro (CDS-PP) fazem parte de um grupo de deputados europeus que lança quarta-feira, em Bruxelas, através de uma página da Internet, uma petição para lutar contra a corrupção.
A petição insta a Comissão Europeia e os Estados-membros da União Europeia (UE) a propor legislação e mecanismos de combate à corrupção, em particular nas relações com países em vias de desenvolvimento.
Confesso que me veio logo à cabeça o regime do MPLA que, como poucos se lembram, dirige os destinos de Angola desde 1975, e cujo chefe máximo (do partido e da República) visita um dias destes as ocidentais praias lusitanas a norte – embora cada vez mais a sul – de Marrocos.
Segundo este grupo de eurodeputados, a corrupção ao mais alto nível "reduz a capacidade de muitos estados para garantir serviços básicos às suas populações", como o direito à alimentação, habitação, saúde e educação. Se calhar, digo eu, é por isso que perto de 70% de angolanos passa fome.
Em África, por exemplo, os Estados perdem anualmente cerca de 25 por cento do Produto Interno Bruto devido à corrupção, é sublinhado no comunicado de imprensa com o anúncio da iniciativa.
Que eu saiba, o grupo não fala que para haver corrupção tem de haver quem corrompa e quem seja corrumpido. Ou não será? Adiante.
A petição pretende recolher as assinaturas de um milhão de cidadãos dos 27 para "obrigar as autoridades europeias a tomar medidas contra a corrupção", segundo Ana Gomes.
A eurodeputada explicou em declarações à Agência Lusa que principalmente os países em desenvolvimento perdem somas enormes de dinheiro que é investido na Europa.
Os deputados europeus que promovem a petição gostariam que a sua iniciativa levasse a que fluxos financeiros duvidosos passassem a ser analisados. Era bom, era.
Por seu lado, Ribeiro e Castro lembra as questões de "moralidade e legalidade" e, principalmente, os "prejuízos para o bem-estar dos povos" que recebem apoios dos 27 que são desviados para outros fins.
Fins onde, se calhar, aparecem os que contribuiram com esses apoios. Ou não será?
A recolha de assinaturas é feita na página da Internet www.stopcorruption.eu/.
Um grupo de pelo menos um milhão de europeus pode obrigar a Comissão Europeia a estudar e apresentar propostas legislativas relacionadas com determinada matéria.
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