Muitas pessoas bem intencionadas mas sobretudo ingénuas, perguntam como é, foi, ou será, possível acontecer o desastre que abalroa alguns jornais portugueses, casos do Jornal de Notícias, Diário de Notícias, 24 Horas e O Jogo.
Se ainda estivesse a escrever profissionalmente sobre economia (coisa que fiz durante muitos anos) diria que a actual crise vivida nos principais mercados internacionais obriga a reflectir sobre os perigos da globalização económica.
Diria igualmente que, mesmo assim, não estão em causa os fundamentos macroeconómicos quer de Portugal, quer da Europa ou dos EUA, embora seja aconselhável moderação estratégica.
Tudo porque foi e é perigoso crer que as bolsas e o mercado em geral estariam sempre condenados a subir.
Expliquei alguma coisa sobre a minha interpretação quanto à crise que atinge aqueles jornais? Claro que não. Há, de facto, uma forma mais incisiva de me explicar.
É o velho, mas sempre actual, exemplo da regata, seja ela no Douro ou no Tejo.
Os vencedores desta regata em que participam os jornais portugueses apostam numa equipa formada por um chefe e dez remadores. É uma boa aposta. Vencem distanciados.
Os outros, os que cortam a meta em segundo lugar (ou, como gosto de dizer, no primeiro dos últimos) alinham com vários directores, vários chefes, alguns editores e, é claro, com uns tantos seguranças que controlam a actividade do único remador.
Perante o puxão de orelhas do dono da equipa, foi nomeado um novo director para analisar o desastre. E sabem a que conclusão chegou o novo director?
Simples, qual ovo do Colombo: é preciso despedir o remador.
Simples, qual ovo do Colombo: é preciso despedir o remador.
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