PS e PSD, ou não fossem – ao que cada vez mais parece – fuba do mesmo saco, aprovaram no dia 9 de Junho de 2010 no Parlamento português, em votação final global, a proposta de lei do Governo que estabelecia um pacote de medidas de austeridade para redução do défice.
Numa visível estratégia de lentidão mental que, também ela, se está nas tintas para os portugueses, o líder do principal partido da oposição considerou que se está "numa altura de começar a assumir responsabilidades".
Assumir responsabilidades agora? Agora que os portugueses que estão quase, quase, a saber viver sem comer... morrem?
Recorde-se que, em Junho do ano passado, CDS-PP, BE, PCP e PEV votaram contra a proposta de lei do Governo, que foi acordada com os sociais democratas com o objectivo – dizem eles enquanto cantam e dançam no convés do Titanic lusitano - de reduzir o défice orçamental para 7,3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010 e para 4,6 por cento em 2011.
Do lado da despesa, seriam aplicadas – dizia-se nessa altura do tango Passos-Sócrates - medidas como uma redução de 5 por cento nas remunerações de alguns titulares de cargos políticos e gestores públicos, um corte de 100 milhões de euros nas transferências para as autarquias e de 300 milhões nas transferências para o Sector Empresarial do Estado (SEE).
Creio até que foi nessa altura que António Mexia manifestou a intenção de zarpar para o Burkina Faso, alegando que em Portugal ninguém dá valor a quem o tem.
Nessa altura, tal como hoje, há outros caminhos. Mas o mais fácil, barato e que dá milhões é ir directamente ao bolso dos milhões que têm pouco e não, claro, ao dos poucos que têm milhões.
Já viram o que era se eles resolvessem todos zarpar para o Burkina Faso?
Chegados a esta fase negra para a esmagadora maioria, mas rosa e laranja para uns tantos, já pouco pode ser feito. Cá para mim, como não é possível mudar de país, o melhor mesmo é mudar de políticos... para começar.
Mas mesmo assim a coisa está feia. É que a esmagadora maioria dos políticos portugueses é farinha do mesmo saco. Às segundas, quartas e sextas viram à direita, às terças, quintas e sábados à esquerda e ao domingo vagueiam pelo centro.
Portanto, se calhar o melhor mesmo é mudar de sistema. É que, convenhamos, entre um sistema em que poucos roubam e um em que muitos roubam, não me parece difícil escolher.
E para a economia voltar a funcionar é urgente dar oportunidade ao primado da competência e não, como o fazem os últimos governos das ocidentais praias lusitanas, ao da filiação partidária, do compadrio, da corrupção e de outras virtudes paridas no calor das noites horizontais.
Eu sei que agora rouba-se... democraticamente. Se calhar, a fazer fé no exemplo lusitano, a democracia inventou-se exactamente para isso: para se poder roubar à vontade.
E a vida tem destas coisas. Depois admirem-se que entre uma ditadura de barriga cheia e uma democracia com ela vazia, os portugueses não tenham dúvidas em escolher.
E, note-se, já há muita gente que nem sabe se tem barriga...
Ontem, em Viana do Castelo, Passos Coelho afirmu que "o PSD não vai discutir nem negociar as medidas de um novo PEC”, acrescentando que “o Governo comprometeu-se em Bruxelas com o que não está em condições de garantir no seu país".
Os portugueses, apesar de a barriga vazia fazer diminuir a capacidade da memória, recordam-se que a dupla imparável (PS/PS...D) que dança como ninguém o tango, enquanto o país está de tanga, foi e é responsável pela tese de que era possível pôr as pessoas a a viver sem comer.
Para Pedro Passos Coelho "não é normal em democracia o desprezo pelas instituições e pelas pessoas" que o Governo tem demonstrado neste processo. Mas onde está a novidade? Será que só agora é o que o PSD descobriu que o sumo pontífice socialista se está nas tintas para as pessoas?
Os portugueses, apesar de a barriga vazia fazer diminuir a capacidade da memória, recordam-se que a dupla imparável (PS/PS...D) que dança como ninguém o tango, enquanto o país está de tanga, foi e é responsável pela tese de que era possível pôr as pessoas a a viver sem comer.
Para Pedro Passos Coelho "não é normal em democracia o desprezo pelas instituições e pelas pessoas" que o Governo tem demonstrado neste processo. Mas onde está a novidade? Será que só agora é o que o PSD descobriu que o sumo pontífice socialista se está nas tintas para as pessoas?
Numa visível estratégia de lentidão mental que, também ela, se está nas tintas para os portugueses, o líder do principal partido da oposição considerou que se está "numa altura de começar a assumir responsabilidades".
Assumir responsabilidades agora? Agora que os portugueses que estão quase, quase, a saber viver sem comer... morrem?
Recorde-se que, em Junho do ano passado, CDS-PP, BE, PCP e PEV votaram contra a proposta de lei do Governo, que foi acordada com os sociais democratas com o objectivo – dizem eles enquanto cantam e dançam no convés do Titanic lusitano - de reduzir o défice orçamental para 7,3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010 e para 4,6 por cento em 2011.
Do lado da despesa, seriam aplicadas – dizia-se nessa altura do tango Passos-Sócrates - medidas como uma redução de 5 por cento nas remunerações de alguns titulares de cargos políticos e gestores públicos, um corte de 100 milhões de euros nas transferências para as autarquias e de 300 milhões nas transferências para o Sector Empresarial do Estado (SEE).
Creio até que foi nessa altura que António Mexia manifestou a intenção de zarpar para o Burkina Faso, alegando que em Portugal ninguém dá valor a quem o tem.
Nessa altura, tal como hoje, há outros caminhos. Mas o mais fácil, barato e que dá milhões é ir directamente ao bolso dos milhões que têm pouco e não, claro, ao dos poucos que têm milhões.
Já viram o que era se eles resolvessem todos zarpar para o Burkina Faso?
Chegados a esta fase negra para a esmagadora maioria, mas rosa e laranja para uns tantos, já pouco pode ser feito. Cá para mim, como não é possível mudar de país, o melhor mesmo é mudar de políticos... para começar.
Mas mesmo assim a coisa está feia. É que a esmagadora maioria dos políticos portugueses é farinha do mesmo saco. Às segundas, quartas e sextas viram à direita, às terças, quintas e sábados à esquerda e ao domingo vagueiam pelo centro.
Portanto, se calhar o melhor mesmo é mudar de sistema. É que, convenhamos, entre um sistema em que poucos roubam e um em que muitos roubam, não me parece difícil escolher.
E para a economia voltar a funcionar é urgente dar oportunidade ao primado da competência e não, como o fazem os últimos governos das ocidentais praias lusitanas, ao da filiação partidária, do compadrio, da corrupção e de outras virtudes paridas no calor das noites horizontais.
Eu sei que agora rouba-se... democraticamente. Se calhar, a fazer fé no exemplo lusitano, a democracia inventou-se exactamente para isso: para se poder roubar à vontade.
E a vida tem destas coisas. Depois admirem-se que entre uma ditadura de barriga cheia e uma democracia com ela vazia, os portugueses não tenham dúvidas em escolher.
E, note-se, já há muita gente que nem sabe se tem barriga...
1 comentário:
Na próxima manifestação
Na próxima manifestação.
quando estiver na oposição,
o Pinóquio vai levar um grande cartaz,
para demonstrar que é um bom rapaz
e é contra as actuais medidas da governação.
O santo das Silvas, muito cumpridor,
irá, certamente,
a carregar o andor
do Engenheiro da Independente,
com uma camisola estampada
a dizer que o actual governo
só fez borrada
e por isso estamos neste inferno.
O Capoulas das vacas tolas
levará uma bandeira com um punho fechado
a exigir que não lhe retirem o que tem conquistado,
numa actividade tão afamada
como especialista em conversa fiada.
O almeida, o Santos vai ser dos mais destacados
a exigir aumentos nos salários dos deputados
O Ministro da Agricultura,
que parece homem de sabedura,
diz menos disparates
e parece bastante cordato,
irá a colher tomates
para implantar nos dirigentes do Largo do Rato.
O Pedrito, um daqueles ministros retrete,
irá a estender e a limpar o tapete
por onde desfilarão
todos os membros da actual governação,
na oposição,
contra as levianas e desvairadas
medidas, por eles tomadas,
para auxiliarem as gentes abastadas.
Consulino Desolado
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