O Governo português
aprovou hoje a venda das acções representativas da totalidade do capital social da Atlântico - Pavilhão Multiusos de Lisboa, em conjunto com o Pavilhão
Atlântico, ao agrupamento Arena Atlântico de Luís Montez, por 21,2 milhões de
euros.
E como o cu
nada tem a ver com as calças, Luís Montez tem, segundo relatos da imprensa
ainda não domesticada, “pelo menos, 13 processos de execução pendentes e a sua
empresa, Música no Coração, é considerada de “risco comercial elevado” e de
“crédito não recomendado”.
A simbiose
apenas mostra que, afinal, Portugal continua a dar provas ao mundo, como gosta
de salientar o sogro de Luís Montez (ou seja, Cavaco Silva), de uma enorme
credibilidade. Eu acrescentaria, honorabilidade, equidade, moralidade etc.
Em
comunicado, o executivo de Passos Coelho refere que "a escolha do
candidato à compra do Pavilhão Atlântico foi precedida de uma fase de
negociações que teve como objectivo tornar as propostas apresentadas mais
competitivas e, consequentemente, potenciar os fins delineados para a transacção".
O candidato
vencedor destacou-se, de acordo com o executivo, em particular, pelo
"maior preço e demais condições financeiras que permitem a maximização do
encaixe financeiro".
O Governo
fez saber que queria ver acautelado o carácter cultural do espaço, com
"uma programação atractiva, variada e culturalmente relevante" e que
continue a ser um "polo dinamizador da economia local e nacional".
O potencial
comprador teria ainda de apresentar um plano de negócios para quatro anos que
incluísse investimento, financiamento e acautelasse condições para os
trabalhadores.
E como todos
sabem, para além de ser um genro que até ajuda o sogro que tem uma parca reforma,
Luís Montez é um impoluto empresário que, exactamente por isso, nunca aceitaria
qualquer tratamento privilegiado por ser familiar de quem é.
Dois meses
depois da nacionalização do banco, Luís Montez foi chamado ao BPN para pagar
260 mil euros de uma conta caucionada e de uma livrança. Já nessa altura, o
empresário recusou em declarações à revista "Sábado" ter sido
privilegiado. "Foi proposta à Música no Coração a transferência para um outro
produto de modo a proceder à amortização do montante utilizado, o que foi
aceite", referiu na altura Luis Montez.
Ainda em
abono da credibilidade, diga-se, citando o Correio da Manhã, que o empresário
(já tinha dito que é genro do Presidente da República, Cavaco Silva?)
apresentou uma certidão passada pelo serviço de Finanças Lisboa-10, que refere
que a empresa tem a sua situação tributária regularizada, mas a verdade é que
na lista de processos activos consta uma dívida de 421 mil euros, a que acresce
66 mil euros de juros de mora e mais de três mil euros de custas.
Diga-se
também que a empresa de Luís Montez aderiu ao Plano Mateus e que está a pagar
várias dívidas fiscais do passado ao abrigo desse regime, “nunca tendo falhado
uma prestação”.
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