quinta-feira, julho 05, 2012

Políticos contratados a dois euros à hora




O bastonário da Ordem dos Políticos de Portugal denunciou, hoje, que o concurso em vigor para aquisição de serviços políticos permite que os políticos sejam contratados por dois ou três euros à hora, uma vez que não tem limite mínimo.

"Ao contrário de outros concursos, [como os abertos para contratação de enfermeiros e nutricionistas], o dos políticos não tem um limite mínimo, o que significa que, no extremo, os políticos podem ser contratados a dois, ou três euros à hora", disse, à Agência Lusa, Miguel Relvas.

Em causa está o concurso público n.º 2012/102, que visava a contratação de 2,5 milhões de horas de serviços políticos - entretanto reduzidas para 1,9 milhões - e cujo critério de baixo preço motivou o protesto dos políticos, sendo a sua anulação uma das reivindicações dos profissionais que consta no pré-aviso da greve para os próximos dias 11 e 12.

O bastonário afirma que os profissionais estão "ainda mais preocupados" por o ministro da respectiva pasta reconhecer os erros do concurso que foi feito para os políticos por  que, "apesar de tudo, ainda tinha um limite mínimo, e agora levantar dúvidas de que foi praticado dumping" (diminuição excessiva de preços com vista à eliminação da concorrência).

"O ministro sabe exactamente qual o conteúdo e as regras dos concurso dos políticos e é por iniciativa e estímulo do Ministério que está a ser praticado o dumping do preços nos profissionais da política – ministros, secretários de Estado e deputados - muito abaixo dos já reconhecidamente baixos vencimentos base dos profissionais na função pública", disse.

Errata. Onde se lê políticos deve ler-se médicos e onde se lê Miguel Relvas deve ler-se José Manuel Silva.

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