domingo, julho 22, 2012

Povo matumbo, sipaio calcinha




Miguel Relvas, o sipaio (embora com equivalência a chefe de posto) português que agora foi a despacho com os seus congéneres do “querido líder” de Angola, já calendariza as relações a 30 anos de distância.

Segundo a agência de propaganda do regime, no caso de Angola chama-se Angop, Miguel Relvas afirmou hoje que "tudo o que for estabilidade política, desenvolvimento económico e social para Angola é bom para nós. Portugal só tem a ganhar com uma Angola desenvolvida e estável. A agenda de Portugal em Angola é o que vamos fazer juntos nos próximos 30 anos".

Durão Barroso não diria melhor. Que é previsível que o MPLA se mantenha no poder durante mais 30 anos, isso é. Já quanto a ser o partido de Miguel Relvas a continuar na gamela em Portugal, tenho sérias dúvidas.

O  actual PSD está a fazer tudo para que assim seja. E Até agora tem tido assinalável êxito. Tal como em Angola, já pôs os portugueses a viver sem comer e a morrer sem ir ao hospital, já soma um milhão e duzentos mil desempregados, já tem 20% de pessoas na miséria.

No balanço de mais uma visita a Angola, Miguel Relvas realçou as relações políticas bilaterais e considerou que os empresários portugueses foram os beneficiários directos (a Angop “traduziu” directos por direitos)  de uma boa relação entre Portugal e Angola.

Por outras palavras, segundo o “jornalismo interpretativo” da agência do regime, isto significa que os empresários portugueses estão a pensar a médio e longo prazo porque, terá dito Miguel Relvas, “já ninguém pensa a dois ou três anos”.

“Podemos contribuir com mais mão-de-obra qualificada, trazer centros de produção, e apoiar na formação profissional. Os angolanos, por seu lado, ajudam a tornar mais robustas as empresas portuguesas", frisou Miguel Relvas

Aí está o ministro luso, ou lusófono, a semear à grande… não vão as coisas no reino de Passos Coelho ficar negras e obrigar Miguel Relvas a mais umas tantas equivalência no império de Isabel dos Santos.

Diz a Angop que o ministro defendeu ser este o momento para os empresários portugueses serem mais ousados. Isto é, aprenderem com quem sabe. E quem sabe, seja em Angola ou em Portugal, é José Eduardo dos Santos. Tão simples quanto isso.

Miguel Relvas, que chegou na quarta-feira a Luanda, teve encontros de alto nível, desde logo com o ministro de Estado e da Coordenação Económica, Manuel Vicente.

Acresce que José Eduardo dos Santos, um presidente que está no poder há 33 anos sem nunca ter sido eleito, perdeu um velho amigo, José Sócrates, mas encontrou dignos substitutos, começando por Passos Coelho e Paulo Portas e acabando em  Miguel Relvas.

Tal como o anterior, também o actual governo português não está interessado em que o MPLA alguma vez deixe de ser dono de Angola. O processo de bajulação continua a bem, dizem, de uma diplomacia económica que – neste caso – se está nas tintas para os angolanos.

Embora já não tendo tantos ditadores para idolatrar, o governo português continua a querer dar-se bem com os que existem, sobretudo com aqueles que têm dinheiro para ajudar a flutuar as ocidentais praias lusitanas.

E se Paulo Portas diz que as relações com Angola são excelentes, é porque são mesmo. Eu diria bem mais do que excelentes... na óptica da Oferta Pública de Aquisição lançada por Angola (que não pelos angolanos) sobre Portugal.

Tão excelentes como os 68% (68 em cada 100) de angolanos que são gerados com fome, nascem com fome e morrem pouco depois com fome. Tão excelentes como Angola ser um dos países mais corruptos do mundo.

1 comentário:

Calcinhas de Luanda disse...

Olhe que ele é sipaio mas não calcinhas. Por favor não insulte os naturais de LUANDA. Aquele artista nasceu em Lisboa.