sexta-feira, julho 06, 2012

E se o aborto fosse retroactivo?



A Federação Portuguesa pela Vida quer a reavaliação da lei do aborto. O Parlamento discutiu o assunto (lavou roupa suja, como habitualmente entre quem não tem nada para fazer).

Quando vejo Luís Menezes, o experiente e catedrático (por parte do pai) político, deputado e vice-presidente do grupo parlamentar do PSD a rosnar, quase fico convencido de que – ao contrário do que sempre pensei – se calhar o abordo deveria ser livre, de borla e até subsidiado.

Isto, é claro, dada a impossibilidade prática de o aplicar retroactivamente…

Citando Luís Menezes, com ou sem "chafurdice política", a  sociedade portuguesa lá se vai mobilizando para discutir a questão do aborto, rotulada de interrupção voluntária da gravidez para que, creio, todos (até mesmo os políticos) percebam melhor.

Uns, os que já nasceram, não têm problemas em ser a favor do “sim”, a favor de uma lei que sabem nunca os atingir. Os outros, os do “não”, onde me incluo, não querem para os outros o que não querem para eles. Ou seja, se eu tive direito à vida… todos os outros devem ter o mesmo direito.

A tudo isto acresce que defender o “sim” é a mais pura e paradigmática forma de cobardia. Ou seja, se a sociedade não consegue dar condições de vida (aos pais, mas sobretudo às mães), então mate-se quem não tem direito de defesa.

Noutro patamar, seria mais ou menos como a sociedade não ter capacidade para combater o roubo de carros e, para resolver a questão, decidisse legalizar essa actividade, descriminalizando os autores.

Eu sei que, para muitos socialistas, sociais-democratas, comunistas e afins é mais fácil dizer a uma mãe que pode e deve abortar do que lhe dar condições de dignidade que lhe permitam criar o filho. Para mim isso é cobardia e aceitação da falência de uma sociedade solidária e digna.

Se calhar, já que a legalização do aborto não tem efeitos retroactivos – é pena! -, a melhor forma de nos vermos livres de futuros políticos, empresários, jornalistas etc. medíocres como os que agora proliferam por aí seria ser mesmo a favor.

Apesar disso continuo no “não”. Mesmo quando penso em gentalha como Luís Menezes, José Sócrates, Duarte Lima, Ricardo Rodrigues, Cavaco Silva, Joaquim Pina Moura, Jorge Coelho, Armando Vara, Manuel Dias Loureiro, Fernando Gomes, António Vitorino, Luís Parreirão, José Penedos, Luís Mira Amaral, António Castro Guerra, Joaquim Ferreira do Amaral, Filipe Baptista, Ascenso Simões, António Mexia, Faria de Oliveira ou Eduardo Catroga.

Sem comentários: