A Federação
Portuguesa pela Vida quer a reavaliação da lei do aborto. O Parlamento discutiu
o assunto (lavou roupa suja, como habitualmente entre quem não tem nada para
fazer).
Quando vejo Luís
Menezes, o experiente e catedrático (por parte do pai) político, deputado e vice-presidente
do grupo parlamentar do PSD a rosnar, quase fico convencido de que – ao contrário
do que sempre pensei – se calhar o abordo deveria ser livre, de borla e até
subsidiado.
Isto, é
claro, dada a impossibilidade prática de o aplicar retroactivamente…
Citando Luís
Menezes, com ou sem "chafurdice política", a sociedade portuguesa lá se vai mobilizando
para discutir a questão do aborto, rotulada de interrupção voluntária da
gravidez para que, creio, todos (até mesmo os políticos) percebam melhor.
Uns, os que
já nasceram, não têm problemas em ser a favor do “sim”, a favor de uma lei que
sabem nunca os atingir. Os outros, os do “não”, onde me incluo, não querem para
os outros o que não querem para eles. Ou seja, se eu tive direito à vida… todos
os outros devem ter o mesmo direito.
A tudo isto
acresce que defender o “sim” é a mais pura e paradigmática forma de cobardia.
Ou seja, se a sociedade não consegue dar condições de vida (aos pais, mas
sobretudo às mães), então mate-se quem não tem direito de defesa.
Noutro
patamar, seria mais ou menos como a sociedade não ter capacidade para combater
o roubo de carros e, para resolver a questão, decidisse legalizar essa
actividade, descriminalizando os autores.
Eu sei que,
para muitos socialistas, sociais-democratas, comunistas e afins é mais fácil
dizer a uma mãe que pode e deve abortar do que lhe dar condições de dignidade
que lhe permitam criar o filho. Para mim isso é cobardia e aceitação da
falência de uma sociedade solidária e digna.
Se calhar,
já que a legalização do aborto não tem efeitos retroactivos – é pena! -, a
melhor forma de nos vermos livres de futuros políticos, empresários,
jornalistas etc. medíocres como os que agora proliferam por aí seria ser mesmo
a favor.
Apesar disso
continuo no “não”. Mesmo quando penso em gentalha como Luís Menezes, José
Sócrates, Duarte Lima, Ricardo Rodrigues, Cavaco Silva, Joaquim Pina Moura,
Jorge Coelho, Armando Vara, Manuel Dias Loureiro, Fernando Gomes, António
Vitorino, Luís Parreirão, José Penedos, Luís Mira Amaral, António Castro
Guerra, Joaquim Ferreira do Amaral, Filipe Baptista, Ascenso Simões, António
Mexia, Faria de Oliveira ou Eduardo Catroga.
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