Estará Carvalho
da Silva a pensar, por exemplo, na empresa proprietária do jornal onde escreve e
a cujo Conselho Editorial pertence?
«Em conversa
comigo, sobre o que se passa com as relações laborais e os direitos dos
trabalhadores, dizia-me esta semana uma amiga jurista com longa experiência
profissional na área do trabalho e na luta pela(s) igualdade(s) que:
"estamos perante o mais duro acerto de contas entre capital e trabalho que
podíamos imaginar"», escreve Carvalho da Silva em artigo de opinião
publicado no Jornal de Notícias.
Estaria a
amiga jurista do ex-secretário-geral da CGTP a pensar, por exemplo, na empresa
proprietária do jornal onde escreve Carvalho da Silva e a cujo Conselho
Editorial pertence?
Escreve
Carvalho da Silva: Elísio Estanque escreveu recentemente: "o trabalho a
preço de saldo, as novas sujeições alimentadas pelo sistema produtivo global e
a extinção do "emprego" são o maior ataque à classe trabalhadora dos
últimos 60 anos, e isso não é senão a mais violenta expressão da luta de
classes do mundo de hoje".
Estaria Carvalho
da Silva ao fazer esta citação a pensar, por exemplo, na empresa proprietária
do jornal onde escreve e a cujo Conselho Editorial pertence?
“Nas últimas
semanas confirma-se o agravamento do desemprego e os riscos em que é colocada a
juventude, o aumento de atuações patronais que tratam os trabalhadores de forma
indigna para alimentar uma ganância que tudo cilindra, ao mesmo tempo que
prosseguem os discursos governamentais que justificam e louvam, em nome de uma
falsa modernidade, as desastrosas políticas que dão origem a tudo isto”, diz o
ex-sindicalista.
Estaria Carvalho
da Silva a pensar, por exemplo, na empresa proprietária do jornal onde escreve e
a cujo Conselho Editorial pertence?
Continua
Carvalho da Silva: “Esta situação tem de ser encarada por todos os que não se
submetem a estas desgraçadas "inevitabilidades" com coragem e com
verdade, mesmo que nos sujeitemos a duros ataques do neoliberalismo dominante.
Reafirmo,
com certa crueza, três observações indispensáveis para nos situarmos com
realismo nos combates a travar:
1. O
fundamental do imenso desemprego existente não é mera decorrência de
"políticas sem alternativa" para responder à crise, ele é sim um objectivo
político estruturante do processo de empobrecimento e de recuo social e
civilizacional que permite a alguns apoderarem-se aceleradamente de mais e mais
riqueza.
2. As
"reformas estruturais" na legislação laboral dos últimos anos e, em
particular, a recente revisão do Código do Trabalho feita pelo actual Governo,
tem como objectivo central a precarização geral das relações de trabalho em
todas as suas componentes, afectando as condições de dignidade, de segurança e
de justiça em que o trabalho deve ser contratado, a relação fundamental entre
as condições de prestação do trabalho e a organização da vida na família e na
sociedade, as condições para a existência de direitos sociais universais e
solidários e, ainda, o direito a um salário digno.
3. O
endeusamento do combate aos défices públicos - que durante mais de uma década
foi inculcado na mente dos cidadãos - incorpora objectivos claros de
enfraquecimento generalizado dos direitos sociais e dos direitos dos
trabalhadores, em benefício dos grandes capitalistas que se apropriam da
riqueza colectiva através das negociatas das parcerias público-privadas, das
privatizações, de um sistema fiscal injusto, de uma manipulação e violação do
Estado de Direito”.
Estaria Carvalho
da Silva a pensar, por exemplo, na empresa proprietária do jornal onde escreve e
a cujo Conselho Editorial pertence?
“Sem
tibiezas e com muita determinação é preciso articular ação de combate social,
económico, cultural e político a estas políticas mentirosas e perigosas”,
escreve Carvalho da Silva, acrescentando, que “os direitos no trabalho e os
direitos sociais, elementos fundamentais do desenvolvimento das sociedades,
logo também de uma economia mais humanizada, foram duramente conquistados em
lutas contra a insegurança e a pobreza, contra o medo quantas vezes aterrador,
contra a ausência de futuro, contra a indignidade.”
Estaria Carvalho
da Silva a pensar, por exemplo, na empresa proprietária do jornal onde escreve e
a cujo Conselho Editorial pertence?
“Como escrevi
em 2002 em "Agir contra a Corrente - reflexões de um sindicalista", a
luta por uma nova ética no trabalho e pela sua valorização vai ser difícil e
prolongada”, considera Carvalho da Silva, referindo que, “no imediato, será
muito importante que sindicalistas, juristas e economistas coloquem bem visíveis
perante os trabalhadores e a sociedade: primeiro, a dimensão quantificada de
riqueza que será transferida dos trabalhadores para os accionistas das empresas
(o capital) em resultado da possível aplicação das alterações ao Código do
Trabalho; segundo, as perdas de direitos e de poder dos trabalhadores que é
oferecido aos patrões, identificando de forma comparada os efeitos de cada
medida; terceiro, os impactos negativos desta "nova" legislação
laboral na estrutura e no funcionamento da economia, assim como na destruição
do emprego”.
Carvalho da
Silva termina dizendo que “é possível e necessário passar à ofensiva,
desenvolver uma revolta consciente, criar esperança e confiança no futuro!”
Estaria Carvalho
da Silva a pensar, por exemplo, na empresa proprietária do jornal onde escreve e
a cujo Conselho Editorial pertence?
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