O arcebispo
do Huambo, D. José de Queirós Alves, apelou à população da comuna de Chilata,
município do Longonjo, para transformar o período eleitoral num ambiente de
liberdade e de alegria.
O prelado,
que fez o apelo durante a celebração de uma missa, referiu que o povo angolano
tem muitas soluções para construir uma sociedade feliz e criar um ambiente de
liberdade onde cada um vai escolher quem entender.
“Temos de humanizar
este tempo das eleições, onde cada um apresenta as suas ideias. Temos de
mostrar que somos um povo rico, com muitas soluções para a construção de uma sociedade
feliz, criar um ambiente de liberdade. É tempo de riqueza e não de luta ou de
murros”, frisou.
D. José de
Queirós Alves pediu aos crentes e à população em geral para pacificarem os
espíritos, amor ao próximo e o perdão para a construção de famílias e
sociedades fortes e firmes.
D. José de
Queirós Alves, agora merecedor de ver assuas palavras transcritas no órgão
oficial do regime, tem dito muitas outras coisas que, contudo, passaram e
passarão ao lado dos donos do país e dos seus sipaios.
”Em Angola,
a administração da justiça é muito lenta e os mais pobres continuam a ser os
que menos acesso têm aos tribunais”, afirmou em 2009 (nada de substancial mudou até agora), no
mais elementar cumprimento do seu dever, D. José de Queirós Alves, em conversa
com o Procurador-Geral da República de Angola, João Maria Moreira de Sousa.
D. José de Queirós
Alves admitia também (tudo continua na mesma) que ainda subsiste no país uma
mentalidade em que o poder económico se sobrepõe à justiça.
O arcebispo pediu
maior esforço dos órgãos de justiça no sentido das pessoas se sentirem cada vez
mais defendidas e seguras: “O vosso trabalho é difícil, precisam ter atenção
muito grande na solução dos vários problemas de pessoas sem força, mas com
razão”.
Importa ainda
recordar, a bem dos que não têm força mas têm razão, que numa entrevista ao
jornal “O Diabo”, em 21 de Março de 2006 (seis anos depois tudo continua na mesma),
D. José de Queirós Alves disse que “o povo vive miseravelmente enquanto o grupo
ligado ao poder vive muito, muito bem”.
Nessa mesma entrevista
ao Jornalista João Naia, o arcebispo do Huambo considerou a má distribuição das
receitas públicas como uma das causas da “situação social muito vulnerável” que
se vive Angola.
D. Queirós Alves
disse então que, “falta transparência aos políticos na gestão dos fundos” e
denunciou que “os que têm contacto com o poder e com os grandes negócios vivem
bem”, enquanto a grande massa populacional faz parte da “classe dos miseráveis”.
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