Manuel Pinho
decretou o fim da crise em 2007. Teixeira dos Santos em 2009. Passos Coelho não
só a decretou para 2012 como decidiu aumentar em 50% o número de colocações de
desempregados até 2013.
Tudo tretas,
como é óbvio. Aliás, tudo depende dos dias em que o primeiro-ministro fala. Às
segundas, quartas e sextas diz uma coisa, às terças, quintas e sábados outra.
Ao domingo costumava ir à missa, mas como retaliação às críticas do bispo
Januário Torgal Ferreira delegou essa missão em Miguel Relvas.
Seja como
for, assim vale a pena ter um governo. Quem não se recorda da resolução do
Conselho de Ministros do passado dia 23 de Fevereiro em que o Governo garantia trabalho
a mais três mil pessoas por mês?
Foi, era, o
pomposo Programa de Relançamento do Serviço Público de Emprego que incluía oito
eixos e um conjunto de medidas que visavam fomentar a captação de ofertas de
emprego, cooperar com parceiros para a colocação de desempregados, reestruturar
a rede de Centros de Emprego e Centros de Formação Profissional, entre outras.
Segundo o
ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, o diploma então aprovado visava "promover um acompanhamento mais
próximo e mais regular do desempregado" e melhorar o desempenho do serviço
público de emprego, "nomeadamente no que diz respeito à oferta e procura
de emprego", incluindo alterações no funcionamento dos centros de emprego.
Na altura os
desempregados gritaram: “Agora é que vai ser”. Até os que (ainda) tinham
emprego queriam ficar desempregados para assim beneficiarem deste ovo de
Colombo, verdadeiro e histórico achado da equipa liderada por Pedro Miguel
Passos Relvas Coelho.
O diploma
visava também, segundo Álvaro Santos Pereira, "a modernização do sistema
de informação dos centros de emprego, o que irá facilitar a colocação de
ofertas no portal 'netemprego' e permitirá a criação de um registo electrónico
público de todas as ofertas de emprego captadas pelo Instituto do Emprego e
Formação Profissional (IEFP)".
Ou seja, não
iam faltar armas e munições para os portugueses irem caçar elefantes. Só ficava
a faltar a informação sobre se essa espécie animal existia no… Alentejo.
Passados uns meses os especialistas terão concluído que não existe!
Os
desempregados inscritos nos centros de emprego passariam a ter um gestor de
carreira (desempregado com gestor de carreira era obra!) para facilitar o
regresso ao mercado de trabalho. A medida visava "permitir um acompanhamento
contínuo dos desempregados pelo mesmo técnico, assegurando um conhecimento mais
próximo das qualificações de cada um", facilitando a sua colocação e
evitando novas dificuldades sempre que se deslocava a um centro de emprego,
explicou o ministro da Economia que, creio, com este programa se arrisca a
ganhar um Nobel.
Álvaro
Santos Pereira adiantou ainda que a rede de centros de emprego iria ser reestruturada e sujeita a fusões para se
tornar "mais ágil" e que iam ser reduzidos cerca de 150 dirigentes, "que
vão passar a desempenhar tarefas técnicas de apoio directo a
desempregados".
Por sua vez
o secretário de Estado do Emprego, Pedro Martins, frisou que estes dirigentes iam
assegurar um acompanhamento mais próximo dos desempregados como gestores de
carreira.
"Os
responsáveis dos vários centros cujas posições serão eliminadas no decurso
desta reestruturação poderão ter um contacto mais próximo com os desempregados
através desta figura de gestor da carreira", disse Pedro Martins.
Álvaro
Santos Pereira ressalvou que as alterações apresentadas contam com a
participação activa dos empresários e dos sindicatos e foram consagradas no
pacto assinado com os parceiros sociais.
Antevi na
altura, e hoje mantenho, que até para testar de uma forma pragmática este
programa e as inerentes capacidades dos gestores de carreiras, os empresários
poderiam acelerar os processos de despedimentos colectivos que tinham na manga.
Confirmaram-se
os despedimentos. Quanto ao resto… consultem o respectivo gestor de carreira!
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