quinta-feira, janeiro 01, 2009

Cavaco Silva sabe o que diz
mas não diz (tudo) o que sabe

O Presidente da República de Portugal, Cavaco Silva, admitiu que 2009 "vai ser um ano muito difícil" e avisou o Governo que "a verdade é essencial", considerando que "as ilusões pagam-se caras".

Difícil para quem? Não é preciso dizer. Nós sabemos. Para os milhões que têm cada vez menos e não, é claro, para os poucos que têm cada vez mais milhões.

"A verdade é essencial". Qual verdade? A verdade do primeiro-ministro, a única possível já que ele é o dono dela, ou a dos portugueses de segunda, a franca e esmagadora maioria?

"As ilusões pagam-se caras". Pois pagam. Mas, afinal, quem é responsável por essas ilusões? Os desempregados? Os reformados?

Na mensagem de Ano Novo, a terceira desde que foi eleito, Cavaco Silva afirmou não poder esconder a "verdade da situação difícil em que o país se encontra" e que o caminho para "Portugal sair da quase estagnação económica" é "estreito, mas existe".

Que a saída é estreita, que a saída nunca foi larga, todos sabemos. Não venham, contudo, atirar areia à nossa chipala, dizendo que a saída é ainda mais estreita do que realmente é. Aliás, se para a maioria dos portugueses de segunda é estreita, para os de primeira é uma monumental autoestrada.

O antigo primeiro-ministro faz outros alertas como a necessidade de "reduzir a ineficiência e a dependência do exterior em matéria de energia" ou de "rigor e eficiência" na utilização dos dinheiros públicos têm de ser utilizados com rigor e eficiência".

Cavaco Silva sabe o que diz mas, é claro, não diz (tudo) o que sabe. Rigor e eficiência num país que substituiu o primado da competência pelo da subserviência? Rigor e eficiência num país que não tem dúvidas em escolher um néscio filiado no PS do que um génio sem partido?

Na sua mensagem, Cavaco Silva confessou não dever esconder que 2009 "vai ser um ano muito difícil", afirma recear o "agravamento do desemprego e o aumento do risco de pobreza e exclusão social" e admitiu que "a crise financeira internacional apanhou a economia portuguesa com algumas vulnerabilidades sérias".

Cavaco Silva não precisa de ter receio. Pode ter a certeza. Pena é que os responsáveis, políticos e empresariais, não sejam obrigados a responder criminalmente pela gestão danosa que continuam a fazer, agora escudados pela crise.

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá Orlando!

Entrado este 2009 de má cara, volto ao teu blogue com os desejos de que, apesar de tudo, os 365 dias que já começaram a correr sejam os melhores possíveis. Isto apesar do pesar de Sua Insolêcia o Prof. Cavaco, o Silva para o Jardim...

Continuarei a visitar-te, dentro, claro, das minhas possibilidades que não são muitas. Por isso, sigo-te e espero que faças o mesmo comigo. Muito obrigado

Abs
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Este é um texto standard para poder chegar a todos os Amigos. Peço que o aceites.