O debate sobre as desigualdades sociais no espaço lusófono vai reunir mais de 1500 investigadores no X Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais, organizado pela Universidade do Minho, em Braga. Portugal, entre os dias 4 e 7 de Fevereiro, disse à Lusa o coordenador do evento.
Segundo o sociólogo Manuel Carlos Silva, o tema suscita "uma questão central sobre as diversas formas de desigualdade e exclusão social".
"As diversas formas de desigualdade e de exclusão social têm uma longa tradição na Filosofia, nas várias Ciências Sociais, na Antropologia, História, Sociologia, e outras Ciências Sociais", acrescentou.
"O Congresso não está exclusivamente centrado nas instituições universitárias ou em centros de investigação. Também apela, de certo modo, à participação dos diversos agentes políticos, religiosos, movimentos sociais, comunidades locais, regionais", disse.
Os debates e as comunicações que serão apresentadas ao longo dos quatro dias de trabalhos "apresentarão diagnósticos e propostas no sentido de diluir o fosso das desigualdades e do desenvolvimento desigual, de forma a minorar os problemas que existem a nível da pobreza, da exclusão social no mundo e em particular, no espaço lusófono", acrescentou.
Para a X edição do Congresso, que se realiza de dois em dois anos, estão inscritos mais de milhar e meio de investigadores lusófonos, provenientes dos oito Estados de língua oficial portugesa: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Entretanto, comparando o estado actual dos apoios à investigação nas Ciências Sociais em Portugal e no Brasil, Manuel Carlos Silva defendeu que Portugal devia ter uma plataforma de apoio à investigação como a que existe no Brasil, à qual estão ligados investigadores portugueses e africanos.
"É necessário estabelecer uma plataforma de entendimento e de colaboração mais intensa porque, por exemplo, os brasileiros já têm um comité gestor de intercâmbio em Ciências Sociais", destacou.
A estrutura brasileira conta com uma cátedra em Ciências Sociais à qual podem concorrer investigadores portugueses e africanos e que é financiada pelo Estado brasileiro, adiantou.
"O Brasil está mais avançado com algumas iniciativas como a formação de uma universidade luso-brasileira e um intercâmbio intensivo com os países africanos. Nesse sentido,Portugal não pode, do ponto de vista das ciências, dos meios e dos instrumentos necessários, deixar de concretizar esses projectos", defendeu.
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