sábado, janeiro 24, 2009

Crise à medida da cegueira portuguesa

Como a querer provar que há crises e crises, que há truques e truques, a Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação revelou que os cinco diários generalistas portugueses venderam mais 20 mil exemplares por edição nos primeiros 10 meses do ano passado face ao mesmo período de 2007.

Num Estado de Direito, penso eu, teria sido um bom argumento para anular a obsessão em despedir gente, individual ou colectivamente. Foi um mas, é claro, há mais. Mesmo assim, a razão da força tem sempre mais força do que a força da razão.

De acordo com o relatório referente ao período entre Janeiro e Outubro, os 5 jornais venderam, em conjunto, uma média diária de 345.501 exemplares, o que representa um crescimento de cerca de 6 por cento. Maldita crise!

O Correio da Manhã manteve a liderança do segmento, com uma média superior a 119 mil jornais vendidos a cada dia, ou seja, mais 2,2 por cento que nos mesmos meses do ano passado. Maldita crise!

O segundo diário mais vendido no país foi, também de novo, o Jornal de Notícias, que obteve igualmente um aumento das vendas. Este título vendeu, no período deste ano em análise, cerca de 104 mil exemplares diários, crescendo 12,8 por cento face a 2007. Maldita crise!

Com vendas muito semelhantes, os rivais Público e Diário de Notícias registaram, no entanto, tendências contrárias, com o diário da Sonae a manifestar a única queda do segmento (menos 0,6 por cento) e o DN a melhorar 11,3 por cento. Maldita crise!

Ainda assim, e segundo o relatório da APCT, o Público vendeu uma média diária de 41.667 exemplares, enquanto o DN manteve a quarta posição entre os mais vendidos com 41.437 jornais por dia.

O quinto diário foi o 24Horas que cresceu 5,7 por cento, passando para uma média de 38.287 exemplares por dia. Maldita crise!

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