Para começar, os jornalistas (os únicos que se preocupam com isso) só têm o poder que o poder económico e empresarial lhes aceita dar. Depois, informar não é uma das prioridades dos media.
Hoje (salvo muito poucas excepções) não se fazem jornais, fazem-se linhas de enchimento de conteúdos (cada vez mais de linha branca) em forma de papel, rádio, televisão ou Internet.
A coisa está brava? Não, não está. Estaria se falássemos de verdadeiros órgãos de comunicação social. Resta, contudo, a certeza de que é mais a parra do que a uva. Desde logo porque, ao contrário do que seria de esperar, os «macacos» não estão nos galhos certos. E quando assim acontece (e acontece muitas vezes), todos os operários procuram apenas sobrevalorizar as ideias de poder em detrimento do poder das ideias.
A convivência entre os diferentes poderes não tem sido fácil. O Estado de Direito... democrático ainda não nasceu (pronto, é uma criança) e, como tal, há muitos vícios, deformações e preconceitos herdados ou estimulados que a muitos dá jeito conservar.
É claro que o «quero, posso e mando» que hoje está instituído por essas Redacções fora serve apenas uma das partes. E essa não é a do público que, se se falasse de Jornalismo, seria a única a quem os jornalistas deveriam prestar contas.
Mas esta discussão, que alimento como forma de salubridade mental, é uma forma de tapar o sol com uma peneira. Tenho a exacta noção que os Jornalistas são comidos à grande e à francesa com a conivência activa de muitos que tendo a Carteira Profissional de Jornalista, que trabalhando nas Redacções, não passam de néscios a quem foi dado o poder de um capataz.
O problema principal reside no facto de que (basta ver as Redacções), médicos, advogados, arquitectos, engenheiros, treinadores de futebol, amigos, filhos e amantes poderem ser jornalistas.
O jornalismo que vamos tendo, qual reles bordel, aceita tudo e todos. É um pouco semelhante à política. Assim sendo, Portugal pode honrar-se de ser um bom exemplo de como se confunde a obra prima do Mestre com a prima do mestre de obras (e então quando esta é boa!...).
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