PCP e Bloco de Esquerda (BE) pediram hoje a audição do presidente da Controlinveste, Joaquim Oliveira, no Parlamento, sobre o despedimento colectivo de 122 trabalhadores anunciado pelo grupo na semana passada. PS, PSD e CDS deverão votar contra.
No requerimento ao presidente da comissão parlamentar de Ética, Sociedade e Cultura, os bloquistas advertem que o processo de despedimentos “confirma a crescente tendência para a concentração dos meios de comunicação social nacionais”, como um “prejuízo fundamental para a liberdade de imprensa”.
O BE assinala ainda que “a forma como este processo de despedimento está a ser conduzido aponta para os riscos de excessiva concentração e partilha de conteúdos jornalísticos” e põe em causa o “respeito pela diversidade e pluralidade de opiniões”, prometido pela Controlinveste.
O PCP, por seu turno, lembra o despedimento colectivo de 122 trabalhadores do grupo que integra o DN, JN e 24 Horas é o maior dos últimos anos no sector da comunicação social e afecta “jornalistas com uma vasta experiência profissional.
Os deputados comunistas lembram, por outro lado, que o despedimento “implicará uma redução do número de4 jornalistas e terá um inegável efeito na qualidade, no pluralismo e no rigor de um conjunto significativo de orgãos” de informação.
Já na terça-feira, o Sindicato dos Jornalistas tinha pedido aos grupos parlamentares que convocassem com urgência o presidente da Controlinveste para uma audição parlamentar a propósito do despedimento colectivo.
O deputado socialista Arons de Carvalho admitiu que este tipo de audição não é habitual, mas "possível", tendo acrescentando que a possibilidade de convocar Joaquim Oliveira ao Parlamento só deverá ser discutida quarta-feira pelos deputados, durante uma reunião da comissão de Ética.
Com a presença de Joaquim Oliveira no Parlamento, o SJ pretende ver esclarecidos "os objectivos e a dimensão da iniciativa desencadeada, a perspectiva de iniciativas semelhantes no futuro próximo e as intenções do grupo quanto à potenciação das chamadas sinergias".
Recorde-se que reacções de apreensão foram manifestadas pelas estruturas do Porto do PCP e do PS - ver «Preocupa-me o silêncio dos bons (não estão incluídos PSD e CDS)», prevendo-se agora que PS, PSD e CDS votem contra a audição.
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