domingo, janeiro 04, 2009

Para quando Kassange à luz da verdade?

O governador da província do Cunene, António Didalelwa, enalteceu hoje, em Ondjiva, a importância e os feitos dos heróis do Massacre da Baixa de Kassange no contexto histórico e político para a independência de Angola.

No dia 4 de Janeiro de 1961, mais de 10 mil agricultores da ex-Companhia de Algodão de Angola (Cotonang), foram assassinados pelo exército colonial português na Baixa de Kassange...”, dizem uns. Outros falam “em centenas de camponeses mortos”. Onde está a verdade? Ou a verdade não interessa?

Acredito que ninguém saiba, ao certo, quantas foram as vítimas do massacre. Creio, contudo, que o Governo português (mais do que o angolano) tem dados que possam trazer algum rigor histórico ao caso. Lisboa prestaria um bom serviço se, de uma vez por todas, revelasse ao fim de 48 anos os dados que tem.

Não adianta, para bem dos dois povos, fazer de conta e deixar que tudo continue no reino da especulação e da propaganda. Os arquivos militares portugueses devem ter algo mais concreto sobre o que se passou e, por isso, impõe-se que esses arquivos sejam tornados públicos.

A História dos dois povos, seja ela qual for, não pode continuar a ser escrita ao sabor do que dá mais jeito. Tem de ser escrita com base na verdade ou, na falta desta, tão perto dela quanto possível.

E se Angola merece esse esclarecimento, todos os outros países lusófonos onde Portugal impôs a razão da força merecem que, agora pela força da razão, se conte a verdade. Só ela pode curar as feridas. Curar definitivamente.

1 comentário:

Anónimo disse...

Meu caro Orlando,

Penso já ter parlamentado contigo onde estar fonte preciossíma da informação que pretendes... Ainda por cima, acessível a pessoas comuns (apesar de tudo) como tu ou eu.
Haja vontade e disponibilidade de investigação.
Abraço,

Paulo F. Silva