Tal como quis, o Poder em Portugal amordaçou os jornalistas e deu a carta de alforria aos autómatos. Queiramos ou não, a culpa é sobretudo dos jornalistas que, sob a conveniente capa da cobardia anónima, se deixa(ra)m transformar em autómatos ao serviço dos mais diferentes protagonistas, sejam políticos, partidários, sindicais ou empresariais.
Basta ver quantos são os actores de baixa (baixa, neste caso, é sinónimo de sarjeta) categoria que integram a classe profissional dos Jornalistas. Habituados a viver na selva supostamente civilizada onde, com o patrocínio e cobertura dos poderes instituídos, vale tudo, entendem que a razão da força dada por alguns milhares de euros de avenças ou similares é a única lei.
E, digo eu, dos Jornalistas esperar-se-ia que lutassem pela força da razão.
Força da razão? Claro que não. Até porque em Portugal não existem Jornalistas a tempo inteiro. Na maior parte do tempo útil são cidadãos como quaisquer outros e que, por isso, não precisam de ser sérios nem de o parecer. Nas horas de expediente, sete ou oito por dia, exercem o jornalismo, tal como poderiam exercer o enchimento de latas de salsichas.
Como para mim existe uma substancial diferença entre exercer jornalismo e ser Jornalista, tal como exercer medicina e ser médico, continuo a dizer que nesta profissão quem não vive para servir não serve para viver.
Infelizmente os media estão cada vez mais superlotados de gente que apenas vive para se servir, utilizando para isso todos os estratagemas possíveis: jornalista assessor, assessor jornalista, jornalista cidadão, cidadão jornalista, jornalista político, político jornalista, jornalista chefe, chefe jornalista, jornalista lacaio, lacaio jornalista e por aí fora.
Jornalistas/jornalistas são cada vez menos. Paz à nossa alma!
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