sábado, janeiro 10, 2009

CPLP frustrou as expectativas da sua criação
(Não, não fui eu quem agora disse tudo isto!)

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) frustrou as expectativas que levaram à sua criação, em 1996, facto que constitui "uma realidade muito dolorosa", considerou hoje em Coimbra, Portugal, o sociólogo Boaventura Sousa Santos.

Como quem lê aqui o Alto Hama (bem como o Pululu e mais alguns outros espaços de liberdade feitos por alguns malucos que ainda julgam possível pôr o poder das ideias acima das ideias de poder) sabe, há muito que isso é dito. De qualquer modo, é sempre bom ver que há mais quem seja igualmente maluco.

"A expectativa era alta por não haver um país central", frisou, salientando que nenhum dos países que integram a CPLP (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste) está no grupo dos 20 que registam o nível mais elevado de desenvolvimento humano.

No entendimento do sociólogo, que intervinha numa conferência promovida pelo Centro de Estudos Sociais, da Universidade de Coimbra, o facto de não haver um país que se destacasse poderia ser uma vantagem, por não ter capacidade de mandar nos outros.

Mas o que se viu "foram mais as fraquezas que as forças, com a reprodução de neocolonialismos, não só de Portugal, mas do Brasil", criticou.

Por outro lado, referiu que a CPLP não teve capacidade para intervir em momentos decisivos, como foram as cheias em Moçambique, e "foi notada essa ausência".

Cheias em Moçambique; guerra, fome e fraudes em Angola; fraudes e ditadura na Guiné-Bissau; falhanço político, social e cultural em Timor-Leste, etc. etc.

"É a comunidade mais pequena, mas mais diversa do mundo. Não houve até agora vontade política para a projectar, mas está no bom caminho", acrescentou Boaventura de Sousa Santos.

“Está no bom caminho”? Olhe que não! Olhe que não!

2 comentários:

ELCAlmeida disse...

Meu caro Orlando, lamento mas estou de acordo com o sociólogo Boaventura Sousa Santos.
A CPLP está no bom caminho. Penso até que nunca esteve em tão bom caminho... para fazer o uafa!!
Ou seja, para mostrar está a caminho da História como o maior falhanço das políticas lusófonas.
Kandandu
Eugénio Almeida

Tiago P. disse...

A CPLP é uma ideia morta à nascença. Sempre se disse isso, e nunca percebi para que serve. Nunca teve uma posição notória na política internacional, e parece fazer parte daqueles organismos pagos pelo erário público para nada fazerem.

Recordem-se as broncas das compras de viaturas topo de gama pelos representantes de vários paises da CPLP em Portugal, ou os problemas que um estudante africano (de paises da CPLP) encontra quando chega a Portugal.

Se quiserem saber mais destas coisas, basta ir à Universidade de Coimbra e falar com os estudantes africanos que lá andam... É com cada história mais macabra...