A Internacional Socialista (IS) devia ter condenado a tentativa de golpe de Estado de 1 de Abril na Guiné-Bissau, cujo Governo é liderado por um partido membro daquela organização, defendeu hoje em Nova Iorque o Secretário Internacional do PS português, José Lello.
Aquele dirigente socialista, que intervinha perante o Conselho da IS, reunido durante dois dias em Nova Iorque, disse, designadamente, que “a tentativa de golpe partiu de alguns militares influentes com ligações reconhecidas ao narcotráfico”.
Ao que parece, tanto a nível internacional como nacional, de boas intenções socialistas está o mundo cheio. Mas como é difícil passar das intenções aos actos, os socialistas portugueses – que por acaso formam o governo em Portugal – continuam a deixar (não só no caso da Guiné-Bissau) para um dias destes o que deveriam ter feito há muito tempo.
Os socialistas mantém intacta a esperança de que os guineenses acabem por morrer de fome por manifesta incapacidade de aprenderem a viver... sem comer.
“É por isso que peço à Internacional Socialista que esteja atenta ao desenrolar dos acontecimentos e para intervir caso seja necessário”, acrescentou José Lello.
Afinal, a situação até não é tão grave. Se, nesta altura, depois de golpes sucessivos, de assassinatos de altas figuras do país, de narcotráfico, de violação dos direitos huamanos, José Lello só quer a IS esteja atenta... é porque o mal não é grande.
Essa é, aliás, a tese de Portugal, defendida também por Luís Amado e João Gomes Cravinho sob o alto patrocínio de José Sócrates.
Na sua intervenção, José Lello requereu a aprovação de uma “declaração de apoio” à Guiné-Bissau, “apelando ao regresso pleno à normalidade democrática” e para que o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior e o Presidente Malam Bacai Sanhá “possam exercer sem quaisquer constrangimentos os seus poderes constitucionais, bem como à libertação das personalidades do Estado que foram presas”.
“Devemos também apoiar a continuação do combate determinado ao narcotráfico, a reforma urgente do sector da defesa e da segurança e a continuação do apoio e do enquadramento da comunidade internacional à Guiné-Bissau. Fazendo este apelo, estaremos a cumprir a nossa missão”, concluiu.
José Lello tem toda a razão. Seja a IS ou o Governo (socialista) de Portugal, tudo se resume a fazer um apelo. E desde que o façam... “estarão a cumprir a sua missão”. Francamente!
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