O texto que se segue é da autoria do meu amigo Alfredo Fontinha e foi publicado no seu blogue “Viver Ramalde – Viver o Porto”. Apesar das muitas coisas que nos dividem, ambos preferimos ser salvos pela crítica do que assassinados pelo elogio. Um abraço, meu caro... Presidente.
«Quantas vezes nos deparámos com situações tão estúpidas, que merecem o nosso repúdio, e que considerámos que são uma infeliz reserva de mentecaptos. E o que é ser mentecapto?
Na minha vida, feliz ou infelizmente, conheci gente desta estirpe. No meu entender, mentecaptos são pessoas intelectualmente pobres, gente vulgar, gente falsa, gente despersonalizada, gente sem coluna, gente que tanto está virada para norte como para sul.
São hipócritas todos os dias. Dizem-se amigos de toda a gente importante, pessoas de gabarito, e estão sempre presentes em todas as grandes cerimónias, em todos os dias e em todas as horas. É gente feita com o feitio de fabrico de gente.
Todos se consideram pessoas “civilizadas” e por vezes até ocupam lugares de grande destaque nas mais variadas actividades. É gente que aparece nas revistas cor de rosa, sabe enganar e lá vai levando a sua vidinha. E até garantem para si, não se sabendo de que forma, títulos de mestres e de doutores.
Os mentecaptos são incapazes de agir. O caminho que os conduz é aquele que já está aberto. Só se sentem seguros quando encontram alguém que lhes aponte a estrada a seguir, que lhes dê protecção e que se responsabilize por eles. O projecto de vida dos mentecaptos resume-se à posse de bens, à manutenção de um posto, de viver à custa de privilégios. Toda a dignidade dos mentecaptos acaba nisso: carro, casa, conta bancária, privilégios.
Os mentecaptos vêem todas as pessoas capazes e com personalidade com muita desconfiança. É que as pessoas de acção demonstram-lhes como eles são ridículos, o quanto são inconsistentes, o quanto fazem mal ao mundo.
Os mentecaptos são isto tudo. E nem se envergonham.»
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