O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, revelou em entrevista à SIC que pondera a introdução de portagens em algumas SCUT (auto-estradas sem custos para os utilizadores).
Acho bem. Quando for utlizador, pagarei. Enquanto não for não me parece bem pagar. Mas a questão é outra. Não foi José Sócrates, esse mesmo que governa Portugal com maioria absoluta, que prometeu que as SCUT seriam de borla? Em que é que ficamos? Ficamos no socialismo.
Em 2006 o Estado (todos nós ou, pelo menos, alguns de nós) vai gastar 250 milhões de euros no pagamento de portagens, um valor que poderá chegar aos 700 milhões nos próximos anos. Como é muito dinheiro, Sócrates volta a dar o dito por não dito. Não é de espantar. Sempre assim foi, sempre assim será.
Mesmo assim, deixem-me recordar que a tese de Teixeira dos Santos, apadrinhada pelo primeiro-ministro, José Sócrates, contraria o discurso oficial de José Sócrates, o primeiro-ministro.
Recorde-se também que, alegando um esforço financeiro incomportável, o Governo de Santana Lopes tinha anunciado a introdução de portagens em todas as SCUT. Nessa altura, José Sócrates criticou e, quer na campanha eleitoral quer já como Governo, garantiu que as SCUT continuariam sem portagens.
Mandando as promessas às favas, Sócrates aumentou os impostos. Como para tudo os socialistas têm explicação, ficou a saber-se (pela voz do titular das Finanças) que isso se deveu ao facto de terem “sido enganados pelos governos anteriores”.
Teixeira dos Santos elogia a "coragem" de José Sócrates em aumentar os impostos, “contra o seu desejo”, acrescenta. "Era a única forma de rapidamente podermos ter um efeito de redução do défice, através da despesa demora bem mais tempo", explica o ministro.
Por outras palavras. Tudo o que José Sócrates prometer e não cumprir é culpa dos governos anteriores. Nem mais nem menos.
Nota: Artigo publicado na secção Alto Hama do Notícias Lusófonas
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