O Presidente de Timor-Leste e Nobel da Paz, José Ramos-Horta, disse hoje que Marrocos deve honrar os compromissos que assumiu com a comunidade internacional para realizar o referendo no Saara Ocidental.
Pena é que, no âmbito da Lusofonia, Ramos-Horta não tenha visão, ou conhecimentos, sobre o que se passa na colónia angolana de Cabinda.
Será que alguém o pode elucidar? Ou será que Ramos-Horta pensa como o seu homólogo português, Cavaco Silva, que Angola vai de Cabinda ao Cunene?
É que pensar assim... também pensava a Indonésia quando considerava que Timor-Leste era uma sua província. Certo?
O Presidente da República timorense, que vai receber as cartas credenciais do novo embaixador da República Árabe Saaraui Democrática (RASD), salientou que “o problema do Saara Ocidental já se arrasta há mais de 30 anos”.
Exactamente. Tal como o de Cabinda que começou em 1975 quando Portugal rasgou os acordos que tinha com o povo de Cabinda. Rasgou-os mas não conseguiu que fossem esquecidos por muitos. Muitos onde, apesar de uma causa semelhante, não consta José Ramos-Horta.
“Timor-Leste libertou-se em 1999 e restaurou a sua independência em 2002, mas a questão do Saara que tem similaridade histórica e à luz do Direito Internacional, continua por ser resolvida”, observou hoje o Presidente timorense.
E que tal Ramos-Horta pedir ajuda aos seus preclaros assessores para perceber que, afinal, Cabinda está ao mesmo nível do Saara e de Timor-Leste?
É natural que Ramos-Horta não saiba a história de Angola e de Cabinda, ou apenas conheça a versão do regime do MPLA. Se, por exemplo, os mais altos representantes políticos de Portugal nada conhecem, ou fingem não conhecer, da história do seu país, é natural que o presidente timorense também seja ignorante nesta, como noutras, matérias.
Resta a certeza de que, um dia destes, ainda vamos ver Cavaco Silva e Ramos-Horta, entre muitos outros, entre quase todos, a dizer também que devido a uma mudança no contexto geopolítico, Cabinda não é Angola e o Tibete não é China.
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