Sabe bem, apesar do dramatismo da situação, ver alguém com responsabilidade dizer que, afinal, na Guiné-Bissau está tudo na mesma desde o golpe (mais ou menos de Estado) de 1 de Abril.
Para o representante da União Europeia na Guiné-Bissau, embaixador italiano Franco Nulli, nada mudou desde 1 de Abril: “A situação não mudou, portanto a posição da União Europeia continua a mesma”.
“A União Europeia continua a ser um amigo da Guiné-Bissau, um parceiro fiel, mas também muito atento à evolução da situação e, por enquanto, a solução não está a evoluir”, sublinhou o diplomata, mostrando que a verdade pode doer (e dói, com certeza) mas que só ela pode curar.
A afirmação é ainda mais relevante quando se sabe que a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), com Portugal à cabeça, continua a ter como estratégia a administração de placebos a um donte que necessita de antibióticos.
O representante da União Europeia disse também que as autoridades guineenses estão a trabalhar para tentar encontrar uma solução para ultrapassar o problema. No entanto, cada vez mais fica a dúvida se estão à procura de uma solução para o problema ou, antes, de mais problemas para a solução.
A União Europeia condicionou, em Maio, a continuação da ajuda ao país à libertação do almirante Zamora Induta, à nomeação de novas chefias militares e à apresentação à justiça dos responsáveis pela intervenção militar de 1 de Abril. Até agora... nada.
Aliás, enquanto a comunidade internacional, como defende o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado, continuar a pedir aos pobres dos países ricos para dar aos ricos dos países pobres, no caso a Guiné-Bissau, a situação só tenderá a piorar.
Como Luís Amado, tal como o seu adjunto João Gomes Cravinho, tem outras preocupações mais relevantes, como é o caso da entrada da Guiné Equatorial para a CPLP, continua a dizer que os guineenses vão conseguir atravessar a ponte. Um dia destes vai concluir que nem ponte existe. Esperemos que não seja tarde.
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