O grupo Irmãos Muçulmanos afirmou que o discurso de ontem do Presidente egípcio, Hosni Mubarak, em que anunciou a demissão do Governo, "é apenas um passo" antes de aceitar as reivindicações da oposição e do povo.
Por outro lado, o oposicionista e Prémio Nobel da Paz, Mohamed El Badaradei, considera que o discurso foi "praticamente um insulto à inteligência das pessoas". Baradei, que é presidente da Assembleia Nacional para a Mudança, disse ainda que as palavras do Presidente "foram insultuosas e uma verdadeira provocação".
"A mudança de Governo não é o objectivo fundamental, já que há um conjunto de reivindicações que exigem as forças políticas, como a revogação da Lei de Emergência, a dissolução do Parlamento e eleições livres e limpas", disse à Efe Walid Shalabi, assessor de imprensa do "guia supremo" dos Irmãos Muçulmanos, Ezzat el Badia.
Na sede do movimento, ilegalizado mas semi-tolerado pelo regime de Mubarak, Shalabi afirmou que outros dos pedidos da oposição e do povo são "alcançar liberdades públicas e julgar os corruptos".
Perante a criminosa conivência da comunidade internacional, para quem negociar com ditadores é bem mais fácil do que negociar com regimes democráticos, é o povo que vai saindo à rua para dizer “basta”.
E como sempre acontece quando um ditador tomba, a comunidade internacional (ver o caso da Tunísia) é célere a transformá-lo em besta, mesmo que no segundo antes o considerasse bestial. Ou seja, o mundo dito democrático está sempre, mas sempre, com quem está no poder, seja ele um ditador ou um candidato a... ditador.
Os mais recentes exemplos mostram exactamente isso. Tal como mostram que o mais importante é razão da força e não a força da razão. Há muito que os povos, sejam da Tunísia, do Egipto, da Líbia, da Guiné-Equatorial ou de Angola (entre muitos outros exemplos), mostram ao mundo que a força da razão está do seu lado.
Mas como isso não chega... a violência é a solução.
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