Nesta primeira edição do “Jornal” sobre o “Primeiro Encontro de Geraçõs JN” podem ser lidos textos de: A. Sérgio de Matos, António José, António Magalhães, António Ribeiro dos Santos, António Silva, Armando Miro, Arnaldo Silva, Artur Miranda, Aurélio Cunha, Bé Sousa Pinto, Carlos Naia, Carlos Roso, César Príncipe, Costa Carvalho, Dias Costa, Eduardo Monteiro, Ermelinda Osório, Fernando Seixas, Fernando Mendes, Frederico Martins Mendes, Gomes da Rocha, Joaquim Fidalgo, Joaquim Queirós, Jorge Castilho, Jorge Cruz, Jorge Monteiro Alves, José de Azevedo, José Fontes, Luís Alberto Ferreira, Magalhães Costa, Manuel Gomes de Almeida, Manuel Neto, Miguel Reis, Murillo Lopes, Onofre Varela, Orlando Castro, Orlando Inocentes, Pimpão dos Santos, Rui Osório e Soares Novais.
O texto que assino é o que a seguir se reproduz:
O texto que assino é o que a seguir se reproduz:
Fernando Mendes tinha 60 anos de idade. Foi Jornalista do Jornal de Notícias durante mais de três décadas. Morreu de doença súbita, diz o jornal ao qual deu tudo o que tinha.
Profissionalmente partilhei com ele 18 desses trinta e tal anos no JN. Tempo suficiente para saber que se consumou ontem o que já começara há alguns meses. Pelo menos desde o início do ano, altura em que anunciaram o despedimento colectivo que, entre outros e numa acção inédita, também atingiu alguns dos melhores jornalistas do JN.
Foi aí que o Fernando começou a morrer. De nada valeu o facto de ter dado trinta e tal dos melhores anos da sua vida ao JN. De nada valeu ter sido dos que ajudaram a fazer do JN o primeiro de todos e não, como agora acontece, o primeiro... dos últimos. De nada valeu ser um Jornalista que metia num bolso os algozes que decretaram a sua morte, que o apunhalaram pelas costas.
O Fernando era um Homem, exactamnte o oposto dos algozes que a troco de um prato de lentilhas não se importam de sacrificar os melhores para serem criados de luxo do poder.
O Fernando era um Jornalista, exactamente o oposto dos algozes que, porque para contarem até 12 têm de se descalçar, fazem uso de uma coluna vertebral amovível.
Fica contudo, meu caro Fernando, a certeza de que se o teu valor se medisse pelo nível (humano, intelectual, moral ou profissional) desses algozes, nunca eu te chamaria camarada, companheiro e amigo.
Adeus Fernando!
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