Diz a Lusa que as eleições presidenciais de domingo são um assunto de pouco interesse para os portugueses residentes no Reino Unido, que se afirmam desiludidos com os políticos e mal informados sobre o voto.
Afinal não é só em Portugal que os portugueses estão desiludidos e mal informados. O mal é geral. No entanto, ao contrário dos que se piraram do oásis socialista, os 700 mil desempregados, os 20% de pobres e os outros 20% que para lá caminham não têm outra solução que não seja a de ficaram pelo país, frequentando novas oportunidades para aprenderem a viver sem comer.
É curioso, aliás, ver que o candidato e mais do que provável futuro presidente, Cavaco Silva, tem apelado aos jovens portugueses para que “levantem a voz” e não prescindam de contribuir para “uma vida política diferente”, sublinhando que “a forma de fazer política em Portugal vai mudar no bom sentido.”
Para quem anda nisto à uma porrada de tempo, como é o caso de Cavaco Silva, não está mal. Descobriu agora o que deveria ter descoberto há muitos anos. Vir agora atirar a pedra como se nada tivesse a ver com o que está para trás é, no mínimo, uma atitude hipócrita.
Que Cavaco Silva tenha dificuldade em imaginar os múltiplos dramas dos portugueses, ainda vá que não vá. Não pode, contudo, é escudar-se na ignorância de quem vive longe do país real para sacudir a água do capote e para fingir que não sabe que Portugal talvez gostasse de ser, mas (ainda) não é, um Estado de Direito.
Cavaco Silva e os seus assessores tiveram de esperar pela campanha elitoral para ver o diagnóstico que, há muito, foi feito por quem, mesmo desempregado, não penhorou a liberdade de opinião. E mesmo agora, não se sabe se depois da reeleição não vão fechar os olhos e dormir na santa paz de quem tem pelo menos três refeições por dia.
Um Estado de Direito conquista-se quando se não tem medo de dizer a verdade. E esta, quer o presidente/candidato queira ou não, não é pertença nem do presidente, nem do governo, nem dos deputados e muito menos daqueles que têm dinheiro para comprar o queixoso, o réu e o juiz.
Os políticos de uma forma geral, sejam o Presidente da República, os membros do Governo, os deputados ou autarcas, teimam em tapar o sol com uma peneira, mesmo quando o fazem a meio da noite. Estão a passar um atestado de menoridade aos portugueses, mesmo quando levantam a bandeira do “agora é que vai ser”.
De um presidente de um Estado de Direito (eu sei que não é o caso de Portugal) esperar-se-ia que tomasse medidas para castigar tanto o ladrão que entra em casa como o que fica à porta. Mas não. Cavaco Silva, na sua qualidade de mais alto magistrado da nação, parece querer castigar as vítimas e não os ladrões. Como candidato diz o contrário. Mas será que alguém acredita?
De um presidente de um Estado de Direito (eu sei que não é o caso de Portugal) esperar-se-ia que visse a quem beneficia a infracção, que argumentos usa para cilindrar a liberdade e sobretudo porque o faz de forma completamente impune.
De um presidente de um Estado de Direito (eu sei que não é o caso de Portugal) esperar-se-ia muita coisa. E não apenas o óbvio para tudo continuar na mesma, para uns relembrarem o António (de Oliveira Salazar) e outros a necessidade de uma nova revolução.
Pois! Mas ainda há uns (e não são poucos) para quem a coisa só se revolve a tiro. Parece-me uma boa opção. Temo, contudo, que ao escolher-se a política do olho por olho, dente por dente, fiquemos todos cegos e desdentados. E se calhar os responsáveis pela tragédia (como é o caso, entre outros, de Cavaco Silva e José Sócrates) vão continuar a ter pelo menos um olho e dois dentes e muitas mamas à disposição.
De uma coisa os portugueses não podem esquecer-se: Como dizia Platão: "O castigo por não participares na política é acabares por ser governado por quem te é inferior."
E, convenhamos, se o valor dos portugueses se medisse pelo nível de – por exemplo – Cavaco Silva e José Sócrates, estariam certamente abaixo do último do “ranking” mundial.
É curioso, aliás, ver que o candidato e mais do que provável futuro presidente, Cavaco Silva, tem apelado aos jovens portugueses para que “levantem a voz” e não prescindam de contribuir para “uma vida política diferente”, sublinhando que “a forma de fazer política em Portugal vai mudar no bom sentido.”
Para quem anda nisto à uma porrada de tempo, como é o caso de Cavaco Silva, não está mal. Descobriu agora o que deveria ter descoberto há muitos anos. Vir agora atirar a pedra como se nada tivesse a ver com o que está para trás é, no mínimo, uma atitude hipócrita.
Que Cavaco Silva tenha dificuldade em imaginar os múltiplos dramas dos portugueses, ainda vá que não vá. Não pode, contudo, é escudar-se na ignorância de quem vive longe do país real para sacudir a água do capote e para fingir que não sabe que Portugal talvez gostasse de ser, mas (ainda) não é, um Estado de Direito.
Cavaco Silva e os seus assessores tiveram de esperar pela campanha elitoral para ver o diagnóstico que, há muito, foi feito por quem, mesmo desempregado, não penhorou a liberdade de opinião. E mesmo agora, não se sabe se depois da reeleição não vão fechar os olhos e dormir na santa paz de quem tem pelo menos três refeições por dia.
Um Estado de Direito conquista-se quando se não tem medo de dizer a verdade. E esta, quer o presidente/candidato queira ou não, não é pertença nem do presidente, nem do governo, nem dos deputados e muito menos daqueles que têm dinheiro para comprar o queixoso, o réu e o juiz.
Os políticos de uma forma geral, sejam o Presidente da República, os membros do Governo, os deputados ou autarcas, teimam em tapar o sol com uma peneira, mesmo quando o fazem a meio da noite. Estão a passar um atestado de menoridade aos portugueses, mesmo quando levantam a bandeira do “agora é que vai ser”.
De um presidente de um Estado de Direito (eu sei que não é o caso de Portugal) esperar-se-ia que tomasse medidas para castigar tanto o ladrão que entra em casa como o que fica à porta. Mas não. Cavaco Silva, na sua qualidade de mais alto magistrado da nação, parece querer castigar as vítimas e não os ladrões. Como candidato diz o contrário. Mas será que alguém acredita?
De um presidente de um Estado de Direito (eu sei que não é o caso de Portugal) esperar-se-ia que visse a quem beneficia a infracção, que argumentos usa para cilindrar a liberdade e sobretudo porque o faz de forma completamente impune.
De um presidente de um Estado de Direito (eu sei que não é o caso de Portugal) esperar-se-ia muita coisa. E não apenas o óbvio para tudo continuar na mesma, para uns relembrarem o António (de Oliveira Salazar) e outros a necessidade de uma nova revolução.
Pois! Mas ainda há uns (e não são poucos) para quem a coisa só se revolve a tiro. Parece-me uma boa opção. Temo, contudo, que ao escolher-se a política do olho por olho, dente por dente, fiquemos todos cegos e desdentados. E se calhar os responsáveis pela tragédia (como é o caso, entre outros, de Cavaco Silva e José Sócrates) vão continuar a ter pelo menos um olho e dois dentes e muitas mamas à disposição.
De uma coisa os portugueses não podem esquecer-se: Como dizia Platão: "O castigo por não participares na política é acabares por ser governado por quem te é inferior."
E, convenhamos, se o valor dos portugueses se medisse pelo nível de – por exemplo – Cavaco Silva e José Sócrates, estariam certamente abaixo do último do “ranking” mundial.
1 comentário:
Também para que vale ser informados. Que eu saiba ainda não se pode votar para as presidenciais fora de Portugal... ou já pode?
Abraços
EA
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